Bem, antes de conhecer comunidades como Research Hacking (organizado por Nicholas Cifuentes-Goodbody), eu poderia até ter vergonha da minha lista de editores de texto.

Mas agora, conhecendo uma série de pessoas que estão diversos níveis acima de mim em termos de organização, venho abrir meu coração e dizer quais são os editores de texto que tenho utilizado. Como podem notar, são vários. 😇

Caso não esteja familiarizado com a proposta de editores em markdown, recomendo um breve vídeo, no qual o já mencionado Cifuentes-Goodbody demonstra as vantagens desse tipo de escrita. Eu concordo com essa abordagem e por isso, sempre que posso, opto por escrever em markdown.

Do mais simples ao mais complexo, utilizo como editor o Sublime, especialmente quando vou editar arquivos em .txt. Sei, contudo, que o Sublime tem diversas funcionalidades bastante avançadas, especialmente para quem escreve em código de computador.

Como meu uso é limitado nessa frente, prefiro ficar com o Sublime apenas para ter um editor a menos, já que minha lista é grande e ele é uma ótima opção também para tarefas simples. Trata-se de um editor bastante versátil, no qual não se sente o peso de muitas funcionalidades, pois elas estão ocultadas na interface, que é bastante limpa.

Do ponto de vista do modelo de negócio, você não é obrigado a pagar pelo Sublime, pois existe uma versão gratuita com trial por tempo indeterminado. O programa apenas alerta, educadamente e de tempos em tempos que, caso queira, é possível comprar uma licença.

Em um grau um pouco mais complexo, uso o Bear. Vejo o Bear como um aplicativo de notas que tem um ótimo sistema de recuperação de informações, especialmente por meio dos seus hashtags aninhados. Isso mesmo: você pode criar uma árvore estruturada de hashtags e navegar nas suas notas por assunto.

Já expliquei, no passado, como organizo no Bear as questões que aplico nas minhas provas. Realmente é um aplicativo muito útil e que já tem muitas funcionalidades em sua versão gratuita. A principal funcionalidade paga é a sincronia de notas entre diversos dispositivos, que é algo que pessoalmente acho dispensável.

Partindo para editores de informação mais estruturada, uso o XMind. Na verdade, não se trata de um editor de texto, e sim de mapas mentais. Então não é propriamente possível compará-lo com os demais editores. Sua versão gratuita é bastante robusta e, para o meu uso, é bastante suficiente.

Por fim, quanto ao XMind, não sinto falta da versão paga, pois sua única funcionalidade exclusiva é o exportador de mapas mentais em .pdf e formatos de imagem. A versão gratuita gera os mesmos arquivos de exportação, mas com uma marca d'água.

No campo dos editores de texto estruturado, o Dynalist é minha opção. Trata-se de um editor de outline, ou seja, de listas estruturadas. A ferramenta de busca é incrível e é possível perceber que o aplicativo está em constante evolução.

Assim como os outros aplicativos mencionados, o Dynalist tem um plano gratuito bastante generoso e as únicas funcionalidades que parecem fazer falta são a marcação de favoritos e o painel de hashtags. Isso não prejudica o uso da versão gratuita, sem dúvida.

Partindo para editores de textos mais longos, uso bastante o iA Writer. É um editor de markdown muito básico, mas extremamente bem acabado. É um software pago e que vale cada centavo, USD 29,90 na versão para Mac e USD 19,90 para Windows. Caso tenha interesse, o desenvolvedor publicou um comparativo bastante completo - e parcial - considerando o Word a Microsoft:

Como o iA Writer é obrigatoriamente pago, deixo uma alternativa gratuita que atende, basicamente, à mesma demanda: o Typora. Aliás, o Typora é um editor muito original e tem um ótimo suporte para tabelas em markdown. Mas esse assunto é tão complexo que demandaria um novo post.

Os últimos dois editores também são pagos e servem para projetos muito complexos, por exemplo, para escrita de um livro.

Ainda no campo da escrita em markdown, uso o Ulysses. Se você resolver assinar o Ulysses (ou seja, o desenvolvedor não trabalha mais vendendo licenças), terá que desembolsar R$ 14,90 por mês. Pessoalmente, acho o valor caro e continuo usando uma versão antiga, que comprei antes que fosse imposto o modelo de assinatura. Ainda assim, ninguém pode deixar de reconhecer a qualidade do Ulysses.

E, no campo dos editores com formatação embutida no texto (ou seja, rich text format), o editor da minha preferência é o Scrivener. Sua versão para Mac custa R$ 184, enquanto a versão para Window custa R$ 169. No meu modo de ver, por não trabalhar com markdown, o Scriver é a evolução natural para os usuários descontentes com o Word da Microsoft.

Em conclusão, existem diversas soluções boas no mercado, com diversos propósitos e preços. A grande questão parecer ser o quanto você está disposto a investir, em termos de tempo e dinheiro, para evitar usar o Word da Microsoft. No meu caso, por saber que as outras opções são ferramentas muito mais vocacionadas para cada missão, só utilizo o Word como última alternativa.