Se você vai escrever seu trabalho de conclusão de curso (ou mesmo uma dissertação), de algum modo, é algo que fará "uma vez na vida". E isso é bastante incompatível com assinar um aplicativo de revisão que te cobre todo mês.

Se esse é seu caso, acho que vale usar o trial do ProWritingAid, mesmo que seja um aplicativo sem suporte para português. É que o ProWritingAid tem alguns relatórios de revisão de texto muito interessantes que funcionam independentemente do idioma, especialmente o que encontra frases repetidas e o que mede o cumprimento das frases.

Só isso já coloca seu texto em outro nível, pois impede a repetição de períodos e palavras em várias passagens, além de alertar para parágrafos que tenham se tornado incompreensíveis por seu tamanho. O site da ferramenta assim descreve essas funcionalidades:

Mas veja que meu conselho é usar o trial, já que a compra tem um argumento contrário muito eloquente: o preço. Se você assinar um mês apenas, vai gastar pelo menos USD 20. E isso não inclui a busca por plágio, que de todo modo não serviria para quase nada, já que a ferramenta só checa plágio em inglês.

Preços do ProWritingAid

Então a recomendação que faço é que use uma vez na vida somente, pois a redação da sua monografia é um momento muito importante para não contar com revisão. Caso queira fazer uso frequente de uma ferramenta semelhante e gratuita, o Hemingway é a opção mais adequada, desde que seja para verificações rápidas. Reforço que o ProWritingAid tem o diferencial de oferecer relatórios mais robustos que a concorrência e que, no meu modo de ver, tem uma abordagem única ao problema que busca resolver.

Isso se aplica a quem escreve em inglês? Não. Afinal, para quem escreve em inglês existem alternativas mais em conta e com boa capacidade, como o Ginger, o PerfectIt, o Linguix, o Trinka e o Grammarly, que é o líder de mercado:

Preços do Grammarly

E quais as opções gratuitas para português? Sempre existirá o Word, que não te cobra nada mais por uma revisão de grafia e gramática básica. Do mesmo modo existe o Chrome, se você escreve no navegador. Além disso, a Microsoft está investindo no Editor, uma verdadeira ameaça a todos os programas que mencionei, principalmente por vir incluído no pacote do Microsoft 365 com as mesmas funcionalidades das alternativas pagas.

Microsoft Editor, spelling and grammar checker
Write with confidence across documents, email, and the web with Microsoft Editor, your intelligent writing assistant.
Site do Microsoft Editor

Assim, a missão do Microsoft Editor parece mesmo ser a de matar o Grammarly, mantendo o império Office livre de ameaças. E só mesmo a Microsoft pode se organizar a ponto de oferecer um produto robusto para o mercado brasileiro, considerando o preço atual do dólar, sua tradição e onipresença.

Enquanto isso, o LanguageTool corre por fora, oferecendo uma solução que teoricamente funciona em português, mas que me parece um pouco limitada. O funcionamento da extensão em si e do quadro de revisão é muito boa, mas as sugestões não me acrescentam muito.

Em síntese, para quem escreve em inglês, o carro-chefe das ferramentas pagas é uma revisão que vai além da grafia e da gramática, incluindo sugestões de clareza e estilo. O argumento de venda de todos eles parece ser um só e bastante terrorista: "não mande um e-mail inadequado para o seu chefe, pois isso custaria ainda mais caro".

Já para quem escreve em português a ameaça é ainda maior: não existe ainda uma ótima opção. Por enquanto, a saída para os usuários da Microsoft é continuar usando o Word e o Editor. E para quem escreve no navegador, pode usar o corretor do Chrome ou o LanguageTool, apesar de suas limitações.

Para concluir: use o que você tem. Quero dizer, isso se aplica ao dia a dia, adicionando os relatórios do Hemingway ou do trial do ProWritingAid para revisões daqueles textos longos e escritos apenas uma vez na vida.