Diferentemente do que ocorre com a Justiça Estadual, a Justiça Federal arrecada muito mais do que gasta (288% em relação ao seu orçamento). É preciso existir um limite para que essa máquina deixe de ser eficiente, mas atualmente o cenário ainda é muito favorável à União.
É possível até dizer, a partir dos dados do Justiça em Números, que a Justiça Estadual cumpre um papel de promoção da jurisdição, impondo um custo ao Estado. Isso é natural na promoção de uma política pública e na prestação de um serviço público.
O que o CNJ termina demonstrando é que os ramos da Justiça são muito diferentes e cumprem objetivos muito diferentes. Os gráficos seguintes demonstram a arrecadação absoluta por ramo da Justiça, bem como dessa mesma arrecadação comparada ao respectivo orçamento:
No frigir dos ovos, não é um bom negócio para o Estado investir na Justiça, mas - até agora - esse mesmo investimento tem se revelado um ótimo negócio para a União. Isso, contudo, não vale para a Justiça do Trabalho, que é realmente uma despesa para a União. Ela cumpre uma outra função, pois voltada a pacificar os conflitos das relações de trabalho.
Não podemos perder de vista que a União não gasta apenas com esse terceiro imparcial, mas também com a própria Advocacia-Geral da União. Segundo dados do Portal da Transparência, o orçamento da AGU é de aproximadamente R$ 4 bilhões por ano. Ou seja, a arrecadação da União na Justiça Federal não pode ser entendida apenas como uma receita líquida, pois existem outros gastos envolvidos. Ainda assim, o saldo é muito positivo para a União.