Existem diversos formatos de vídeo, com diversos propósitos. Para o meu uso, geralmente compartilho capturas de tela (screen record), pois meu objetivo é produzir videos demonstrativos ou tutoriais. Isso demanda uma solução que capture a tela (e algumas vezes também a webcam), bem como tenha capacidade mínimas de edição de vídeo. Assim quero dizer que, se você busca um editor de vídeo robusto, esse tipo de solução não é adequada.
Além disso, quando se fala em captura de tela, é muito conveniente que o aplicativo forneça um serviço de hospedagem e distribuição do vídeo. É desejável também, embora não seja essencial, que ofereça funcionalidades de colaboração com seus colegas e trabalho e interação com o público. E, finalmente, para a minha necessidade, é muito importante que a distribuição do vídeo tenha uma aparência profissional, sem muitos anúncios e que funcione em harmonia com o desenho do meu blog.
Como é possível notar, na jornada de solução desse problema, existe um ciclo de produção que vai da captura até o compartilhamento. E o tipo de aplicativo que estamos avaliando é justamente aquela que, preferencialmente, cubra todas essas fases. Assim, qual seria a melhor forma de produzir e compartilhar esse tipo de vídeo?
Para vídeos curtos, você pode usar a versão da gratuita do CloudApp. Mas, se o seu vídeo tiver mais de 5 minutos, será preciso assinar um plano pago. Ironicamente, o vídeo promocional do CloudApp não está hospedado em seus servidores, e sim no YouTube. Trata-se de um sintoma que, embora o CloudApp sirva para distribuição de conteúdo, esse não é seu objetivo principal.
De acordo com a proposta do CloudApp, eles buscam resolver problemas de comunicação de designers, desenvolvedores, executivos, profissionais de marketing, bem como de equipes de vendas e de suporte. Seu vídeo promocional ilustra esse tipo de caso de uso, demonstrando a comunicação entre duas pessoas de uma mesma equipe, discutindo uma forma para aprimorar a exibição de uma foto digital.
Basicamente, o que o aplicativo pretende é facilitar a comunicação visual, integrando diversas mídias nos canais de comunicação que a equipe já utiliza. Ou seja, o CloudApp não foi pensado para ser a "casa de máquinas" do seu blog, embora tenha funcionalidades que permitam o desempenho dessa função. Os preços e funcionalidades oferecidos confirmam isso, pois o CloudApp parece ter seu público pago justamente nas equipes que queiram integrar, para maior produtividade, a gestão do conteúdo capturado aos softwares de vendas ou de suporte que já utilizam.
Mais uma das vantagens do CloudApp é que ele permite compartilhar, além de vídeos, também GIFs e imagens. Bem assim, oferece anotações das capturas dentro do próprio aplicativo, fazendo do CloudApp uma solução bastante completa. Outra vantagem é que, mesmo no plano gratuito, o player do CloudApp é discreto e se integra muito bem em qualquer blog.
Enquanto o CloudApp tem um complexo modelo de precificação baseado na duração dos vídeos, na customização do player para que se torne totalmente compatível com o seu blog, no tipo de integração disponível e no número de capturas (até 25 por mês), o Loom tem uma abordagem diferente e mais simples. Embora o Loom não limite a duração de cada vídeo no plano gratuito, arquiva os seus vídeos mais antigos, permitindo a exibição somente dos 25 vídeos mais recentes.
É até curiosa essa concidência: enquanto o CloudApp só permite e 25 novas capturas por mês, o Loom só permite acesso às 25 capturas mais recentes.
Isso faz do Loom, no meu caso, uma opção para vídeos descartáveis. Sempre que preciso enviar para alguém um vídeo muito rápido e que não precisa ficar disponível por muito tempo, o Loom é a primeira alternativa, pois isso é totalmente compatível com o oferecido no plano gratuito.
Então, se o vídeo precisa ficar disponível por um longo período, escolho publicar no CloudApp. Aliás, a própria produção amadora dos vídeos do Loom mostra bem a proposta da empresa, que é fazer vídeos com agilidade, sem foco no refinamento da produção. E aqui não vai nenhuma crítica, pois a posição honesta da empresa pela busca de agilidade, não de refinamento, é totalmente compatível com o problema que se propõe a solucionar.
O CloudApp e o Loom não são as únicas opções, como é possível ver neste comparativo elaborado pela equipe do Zapier. Mas, ainda que o comparativo seja bastante completo, acho válido adicionar outras possibilidades - menos óbvias - e justificar as razões pelas quais estão (ou não) na minha preferência.
Aliás, várias pessoas comentaram comigo que gostam do Soapbox, desenvolvido pela Wistia. Um pequeno problema é que o Soapbox exige que você apareça também no vídeo pela webcam, mas nem sempre queremos isso. É verdade que depois você pode ocultar a captura da webcam, mas não poderá integrar facilmente o vídeo no seu blog. E, para o meu uso, esse é um enorme problema.
Tais limitações fazem total sentido se avaliarmos a estratégia global da Wistia, que parece considerar o Soapbox como um produto promocional. No meu modo de ver, o Soapbox não existe propriamente para gerar receita, e sim para gerar clientes para as suas soluções corporativas, muito mais caras e robustas.
Outra possibilidade é realizar a captura de tela com um software qualquer, possivelmente um aplicativo gratuito que já venha no seu computador, distribuindo depois o vídeo pelas canais mais populares: YouTube ou Vimeo. Na verdade, essa até seria o comportamento esperado de alguém que tenha um blog pessoal. Qualquer solução que desvie disso implica trazer uma complexidade que o autor precisa enfrentar.
Na minha opinião, as recomendações que aparecem ao final do vídeo no YouTube e no Vimeo induzem o público a sair do blog e comprometem a experiência como um todo. Afinal, é para isso que os anúncios existem. Se quiser evitar esse ruído (que pode ser representado por um cachorrinho fofo como sugestão ao final do vídeo 🐶), é possível customizar o player do Vimeo, desde que esteja no plano pago.
Caso queira apenas distribuir seu vídeo, sem nenhuma ferramenta de comentários ou mídia social, a conta paga do Streamable é uma possibilidade. A ferramenta serve exatamente para isso e é muito fácil de usar. No entanto, se a sua conta for gratuita, é bom se lembrar que serão publicados anúncios no seu vídeo. Pessoalmente, não tive uma boa experiência com Streamable, pois a definição do vídeo era menor do que o ideal para o meu caso.
Isso me faz supor que boa parte do público do Streamable não seja apenas de pessoas que queiram distribuir seu vídeos, mas que queriam fazer isso sem se preocupar com as restrições (por exemplo, de direitos autorais) típicas das grandes plataformas. Afinal, não é preciso ter uma conta no Streamable para postar seu vídeo, de modo que sua postagem pode ser anônima.
Aqui termina a primeira parte dessa avaliação, que continuará em breve. No próximo passo, vou comparar as opções mais voltadas à gestão de arquivos em nuvem, o que exige a utilização de ao menos dois aplicativos: um para capturar e outro para compartilhar o conteúdo capturado.