"E aí, Henrique, o que está fazendo?"
"Ah... estou lendo a internet."


TL;DR: Nesse mundo dominado por plataformas, eu fico com uma (no caso, o [Feedly](https://feedly.com/)) que me deixa ter mais liberdade na hora de escolher aquilo que vou ler.


Se você tem idade para saber que a internet não era essa confusão de timelines que nos aprisionam em um comportamento viciante, vai lembrar também que um dia existiu a promessa de uma forma de leitura organizada. Mas isso faz muito tempo, foi antes da "plataformização" da internet.

A principal ferramenta utilizada naquela época era o Google Reader (aposentada em 2013). Em seguida, várias opções deixaram de existir e hoje encontrar uma forma de leitura confortável é cada vez mais raro. A "leitura social" passou a ser dominada por algoritmos e você não encontra mais os tesouros que o Facebook e o Twitter não querem que você veja.

Para quem não está familiarizado, RSS significa "Really Simple Syndication" e, do ponto de vista do usuário, sempre foi uma boa alternativa para seguir sites e blogs sem ter que assinar nenhuma newsletter (ou seja, entregar seu email). Quem tem idade vai lembrar também que seu email era um bem precioso, pois era a chave da atenção que hoje está dispersa em ferramentas de chat. E, naquela época, o lixo eletrônico dominava sua caixa de entrada. Bem, não tenho saudades dessa parte.

Mas tenho saudades do RSS. Alegoricamente, consumir as notícias por meio das redes sociais é como comer no "self-service". Ao menos é como chamamos, em Brasília, aquele restaurante que tem sempre beterraba cozida como primeira opção para você. O prato caro para o restaurante (e mais leve) fica sempre no final. Já a leitura em RSS é uma experiência "à la carte".


Photo by Ingrid Hofstra / Unsplash

Aí é que entra o Feedly, a ferramenta utilizada por 14 milhões de pessoas para a leitura de RSS. Na verdade, após o encerramento do Google Reader, esse mercado me pareceu estagnado por um tempo, até que recentemente o Feedly se colocou muito mais como uma ferramenta de busca de conteúdo para um consumo confortável - e não apenas um leitor.

Aliás, esse é o propósito do post: lembrar que o RSS está pronto para um retorno triunfal, pois passou a ter o melhor dos dois mundos. Tanto serve "à la carte", quanto pode recomendar um prato novo que não estava no cardápio. Assim você descobre novas fontes de leitura sem estar tão exposto às timelines patrocinadas.

Hoje sem dúvida o Feedly é a ferramenta o mais popular para RSS, mas existem alternativas interessantes que não vou desenvolver aqui. Para efeito de registro, além de inúmeros aplicativos, fazem também um bom trabalho: Inoreader, The Old Reader e FeedBase.

Ironicamente, agora que escrevi, vou lá no Twitter e no Linkedin compartilhar esse post. Quem sabe você também não compartilha nas suas redes... 😬