review
Todo mundo que usa notebook tem uma limitação natural de espaço em disco. Desde que, nos menores computadores, os discos deixaram de ser propriamente discos e passaram a ser sólidos (SSD), esse problema se agravou muito.
Isso aconteceu - mais ou menos - ao mesmo tempo em que proliferaram os armazenamentos em nuvem. Mas o que um dia foi inovação acabou se tornando commodity. Hoje existem inúmeros serviços de armazenamento em nuvem e a parte mais difícil passou a ser fazer sua gestão.
Aposentando o pendrive e buscando alternativas
É claro que gostamos quando tivemos condição de, quase que totalmente, aposentar nossos pendrives. Mas o armazenamento em nuvem criou uma série de problemas também. Para mim, que uso notebook com SSD, o maior problema sempre foi que meu disco era pequeno e meu espaço em disco na nuvem era maior do que o disponível no computador. Por isso sempre tive que fazer a gestão desse problema com a sincronia seletiva do Dropbox.
O fato é que nunca gostei da sincronia seletiva, pois você tem que entrar em um painel escondido para selecionar aquilo que quer ver no momento. Além disso, tem que esperar pela sincronia da pasta. Se o arquivo a ser sincronizado for grande, o Dropbox vai fazer uma fila sobre a qual você não tem nenhuma gestão.
Opa! Acabei de ver que ver que tem um "smart sync" no plano de USD 199/ano.
Descartando o Dropbox
Com isso quero dizer que estou totalmente convencido que o Dropbox não é mais um lugar para mim. Esse preço é fora da (minha) realidade, de tal modo que não chegarei nem a testar o serviço.
Enfim, mesmo tendo sido um usuário plus (pago) do Dropbox durante alguns anos, percebi que a empresa não tinha planos de solucionar aquilo que para mim era um problema real. Ao contrário, o Dropbox estava apenas criando serviços adicionais muito mais caros, poucos do meu interesse e nenhum que coubesse no meu bolso. Chegou então o dia de fazer o downgrade do meu Dropbox.
Não acho que exista solução fácil para isso. A minha solução mesmo não foi muito fácil nem racional, pois resolvi pagar - o mesmo que já pagava no Dropbox - por um serviço que utilizava no plano gratuito. Talvez tenha feito isso para me "vingar" do Dropbox e sua estratégia que ignora pessoas comuns e com orçamento limitado. Ao menos ignora as pessoas desse tipo que são capazes de se rearticular e encontrar um outro serviço melhor pelo mesmo preço. 💪👊
Opções inovadoras: oDrive e Google Drive
A proposta do oDrive é simples e tem muitos concorrentes: trata-se de um aplicativo para a gestão dos seus múltiplos drives na nuvem. Assim você pode ter no seu computador várias contas do Google Drive, do Dropbox, etc. No meu caso, eu tinha uma conta do Google Drive do trabalho e outra pessoal, de tal modo que sempre tive que escolher uma delas. Agora posso ter todas as contas simultaneamente no meu notebook, fazendo uso do que alguns chamam de "cloud unification".
E o plano pago? O plano pago do oDrive permite que você, além do sync de múltiplas contas, tenha a opção do unsync de cada pasta delas. A usabilidade é perfeita e você consegue navegar pelas pastas escolhendo o que baixar e o que devolver para a nuvem, liberando seu precioso espaço em disco no notebook.
Bem, ainda é um serviço caro sem dúvida. Um concorrente chamado ExpanDrive parece oferecer um plano mais em conta. Não por acaso o preço do oDrive é mesmo do plano intermediário do Dropbox, o que reforça que se trata de uma referência para o mercado. O fato é que ao menos agora assino um serviço que parece estar alinhado com o meu interesse. Meu interesse no momento é explorar os planos gratuitos do Dropbox e congêneres até o seu limite. 😇
E, para você que tem uma conta coorporativa do Google, existe o File Stream, que resolve um problema semelhante sem custo adicional. O problema que a ferramenta soluciona, na verdade, é o da sincronia seletiva, não o de gerenciamento de múltiplas contas. Mas, como o espaço fornecido pelo Google é bastante generoso, é uma solução possível para você que quer manter o espaço em disco do seu notebook em ordem.
"E aí, Henrique, o que está fazendo?"
"Ah... estou lendo a internet."
TL;DR: Nesse mundo dominado por plataformas, eu fico com uma (no caso, o [Feedly](https://feedly.com/)) que me deixa ter mais liberdade na hora de escolher aquilo que vou ler.
Se você tem idade para saber que a internet não era essa confusão de timelines que nos aprisionam em um comportamento viciante, vai lembrar também que um dia existiu a promessa de uma forma de leitura organizada. Mas isso faz muito tempo, foi antes da "plataformização" da internet.
A principal ferramenta utilizada naquela época era o Google Reader (aposentada em 2013). Em seguida, várias opções deixaram de existir e hoje encontrar uma forma de leitura confortável é cada vez mais raro. A "leitura social" passou a ser dominada por algoritmos e você não encontra mais os tesouros que o Facebook e o Twitter não querem que você veja.
Para quem não está familiarizado, RSS significa "Really Simple Syndication" e, do ponto de vista do usuário, sempre foi uma boa alternativa para seguir sites e blogs sem ter que assinar nenhuma newsletter (ou seja, entregar seu email). Quem tem idade vai lembrar também que seu email era um bem precioso, pois era a chave da atenção que hoje está dispersa em ferramentas de chat. E, naquela época, o lixo eletrônico dominava sua caixa de entrada. Bem, não tenho saudades dessa parte.
Mas tenho saudades do RSS. Alegoricamente, consumir as notícias por meio das redes sociais é como comer no "self-service". Ao menos é como chamamos, em Brasília, aquele restaurante que tem sempre beterraba cozida como primeira opção para você. O prato caro para o restaurante (e mais leve) fica sempre no final. Já a leitura em RSS é uma experiência "à la carte".
Photo by Ingrid Hofstra / Unsplash
Aí é que entra o Feedly, a ferramenta utilizada por 14 milhões de pessoas para a leitura de RSS. Na verdade, após o encerramento do Google Reader, esse mercado me pareceu estagnado por um tempo, até que recentemente o Feedly se colocou muito mais como uma ferramenta de busca de conteúdo para um consumo confortável - e não apenas um leitor.
Aliás, esse é o propósito do post: lembrar que o RSS está pronto para um retorno triunfal, pois passou a ter o melhor dos dois mundos. Tanto serve "à la carte", quanto pode recomendar um prato novo que não estava no cardápio. Assim você descobre novas fontes de leitura sem estar tão exposto às timelines patrocinadas.
Hoje sem dúvida o Feedly é a ferramenta o mais popular para RSS, mas existem alternativas interessantes que não vou desenvolver aqui. Para efeito de registro, além de inúmeros aplicativos, fazem também um bom trabalho: Inoreader, The Old Reader e FeedBase.
Ironicamente, agora que escrevi, vou lá no Twitter e no Linkedin compartilhar esse post. Quem sabe você também não compartilha nas suas redes... 😬
"E aí, Henrique, o que está fazendo?"
"Ah... estou lendo a internet."
TL;DR: Nesse mundo dominado por plataformas, eu fico com uma (no caso, o [Feedly](https://feedly.com/)) que me deixa ter mais liberdade na hora de escolher aquilo que vou ler.
Se você tem idade para saber que a internet não era essa confusão de timelines que nos aprisionam em um comportamento viciante, vai lembrar também que um dia existiu a promessa de uma forma de leitura organizada. Mas isso faz muito tempo, foi antes da "plataformização" da internet.
A principal ferramenta utilizada naquela época era o Google Reader (aposentada em 2013). Em seguida, várias opções deixaram de existir e hoje encontrar uma forma de leitura confortável é cada vez mais raro. A "leitura social" passou a ser dominada por algoritmos e você não encontra mais os tesouros que o Facebook e o Twitter não querem que você veja.
Para quem não está familiarizado, RSS significa "Really Simple Syndication" e, do ponto de vista do usuário, sempre foi uma boa alternativa para seguir sites e blogs sem ter que assinar nenhuma newsletter (ou seja, entregar seu email). Quem tem idade vai lembrar também que seu email era um bem precioso, pois era a chave da atenção que hoje está dispersa em ferramentas de chat. E, naquela época, o lixo eletrônico dominava sua caixa de entrada. Bem, não tenho saudades dessa parte.
Mas tenho saudades do RSS. Alegoricamente, consumir as notícias por meio das redes sociais é como comer no "self-service". Ao menos é como chamamos, em Brasília, aquele restaurante que tem sempre beterraba cozida como primeira opção para você. O prato caro para o restaurante (e mais leve) fica sempre no final. Já a leitura em RSS é uma experiência "à la carte".
Photo by Ingrid Hofstra / Unsplash
Aí é que entra o Feedly, a ferramenta utilizada por 14 milhões de pessoas para a leitura de RSS. Na verdade, após o encerramento do Google Reader, esse mercado me pareceu estagnado por um tempo, até que recentemente o Feedly se colocou muito mais como uma ferramenta de busca de conteúdo para um consumo confortável - e não apenas um leitor.
Aliás, esse é o propósito do post: lembrar que o RSS está pronto para um retorno triunfal, pois passou a ter o melhor dos dois mundos. Tanto serve "à la carte", quanto pode recomendar um prato novo que não estava no cardápio. Assim você descobre novas fontes de leitura sem estar tão exposto às timelines patrocinadas.
Hoje sem dúvida o Feedly é a ferramenta o mais popular para RSS, mas existem alternativas interessantes que não vou desenvolver aqui. Para efeito de registro, além de inúmeros aplicativos, fazem também um bom trabalho: Inoreader, The Old Reader e FeedBase.
Ironicamente, agora que escrevi, vou lá no Twitter e no Linkedin compartilhar esse post. Quem sabe você também não compartilha nas suas redes... 😬