Como manter a comunidade informada sobre suas atividades
Comparativo de ferramentas para gerir pequenos anúnicos e manter seus usuários informados (e felizes).
Já relatei aqui minha busca por um quadro de avisos para o blog. Ao final, terminei percebendo que precisava também de uma forma de interação com as minhas comunidades, de modo que era desejável dar voz aos usuários. Assim, precisava do famoso fórum, razão pela qual terminei escolhendo o Gitter.
No entanto, existe uma demanda parecida, resumida à necessidade de divulgação sem interação pública com os usuários. Eu nomearia tal uso de "microblog", caso já não pertencesse a outro tipo de ferramenta. Trata-se do é que conhecido, no mundo dos desenvolvedores, como "changelog". Vamos ver quais são as principais ferramentas desse mercado.
O Headway é uma ferramenta de changelog muito simples, que atende perfeitamente à demanda de divulgação de novidades sobre o seu produto (ou o que você mais desejar divulgar). O aplicativo oferece opções para publicar o changelog em uma página autônoma ou diretamente em um widget, exibido dentro do seu blog ou aplicativo.
É o que eu chamaria de "experiência raiz" por dois motivos: o post é escrito em markdown e a customização do widget é limitada. Já o plano pago (USD 29/mês) oferece ainda: whitelabel, publicação no seu domínio, integrações, entre outras funcionalidades. Assim, no geral, o plano gratuito é mais do que suficiente para cumprir a missão de divulgar suas atividades.
Uma boa alternativa ao Headway é Announcekit, que tem muito mais customizações no widget, além de ser voltado a um público mais amplo. Embora, na origem, as ferramentas de changelog sejam voltadas aos desenvolvedores, existem adaptações para servir as equipes de marketing e de produto.
Esse é justamente o caso do Announcekit, que incluiu na sua solução as funcionalidades de feedback e de notificação por email. Em termos de preço, o Annoucekit tem um plano parecido com o do Headway por um preço melhor (USD 19/mês). Mas, para utilizar as ferramentas de marketing, é preciso escolher um plano mais caro (a partir USD 49/mês). Ou seja, é barato para desenvolvedores e caro para os profissionais de marketing.
Pelo que pude perceber, o Announcekit está concorrendo diretamente com o Beamer. A maior diferença que encontrei foi que o Beamer não oferece um plano inicial em conta, resumindo-se a cobrar nas faixas mais caras, com funcionalidades bastante similares às do Announcekit. Aliás, até visualmente os concorrentes são muito parecidos.
Outro concorrente a ser mencionado é o Noticeable. Como ele parece ser o único que limita o plano gratuito a um projeto, não me aprofundei na ferramenta. Por fim, existe o ReleaseNotes, que tem um modelo de negócios basedo no número de assinates do seu changelog. Como ele parte de USD 14/mês, também não avaliei detidamente o aplicativo.
Ou seja, a concorrência se organizou em uma linha crescente de complexidade e preço, na seguinte ordem: changelog, anúncios (releases e anúncios em geral), central de notificações, segmentação de usuários, feedback, notificações push, customização de design e integrações com ferramentas de marketing.
Pessoalmente, acho que, se você não precisa de nada muito complicado, o Headway é uma boa opção para pequenos anúncios. Mas, se você pretende expandir o atendimento a demandas de marketing, o Announcekit parece ser o mais flexível, pois tem mais faixas de preço e funcionalidades. Assim, você pagará somente por aquilo que for importante, quando e se a necessidade surgir.
Como compartilhar vídeos no seu blog de forma (quase) profissional
Segunda parte do texto sobre como capturar e compartilhar vídeos no seu blog.
No post anterior, avaliei algumas opções para capturar e compartilhar vídeos de forma simples no seu blog. Talvez você queira dar uma olhada nele antes de entrar na discussão atual:
Essencialmente, a opções que tornam o compartilhamento de vídeos simples são compostas pelo encadeamento de cada uma das seguintes tarefas: capturar, editar, armazenar e compartilhar. Os aplicativos que tratei no último post são uma espécie de pacote de todas essas funções. No entanto, cada tarefa podem tratada separadamente e, no que concerne ao armazenamento, existem várias possibilidades.
Diversos serviços oferecem espaço na nuvem e é por isso que cada um de nós já tem "espaço em disco" abundante, distribuído em diversas contas. O fato é que hoje o armazenamento é a parte mais farta e barata, embora seja um pouco mais difícil encontrar uma interface com boa experiência para que o usuário possa tirar proveito daquilo que já dispõe.
Diante disso, não vou buscar aqui propriamente a melhor solução de armazenamento, e sim a melhor experiência de gestão desse dele. Se você é usário de Mac, aí entra o Dropshare, que é um pequeno aplicativo pago (USD 25,99). Seu objetivo é conectar a barra de menu com sua conta preferida de armazenamento na nuvem. Basta arrastar o arquivo a ser enviado para a nuvem até o atalho do Dropshare e depois copiar o link gerado na nuvem de sua preferência.
Caso prefira usar a própria nuvem do Dropshare, o serviço oferece gratuitamente um plano mensal de 1 GB de transferência de dados, limitado à armazenagem de 512 MB.
O Dropshare é, portanto, uma interface de alimentação do espaço em nuvem provido por diversas fontes, inclusive com a possibilidade de usar a própria nuvem do Dropshare. Geralmente, o aplicativo concorre com empresas que estão no campo do compartilhamento de arquivos. Mas, para nosso caso de uso, o que importa realmente é a armazenagem, uma vez que a exibição do conteúdo acontecerá por meio do blog - e não, por exemplo, pelo envio do link por email.
É certo que o Dropshare tem inúmeros concorrentes no mercado e o Sweet Setup publicou um ótimo comparativo sobre o assunto. Mas existe um detalhe, consistente em que, para a publicação do vídeo capturado no blog, você precisará do link do arquivo, que terminará com a extensão ".mp4". Esse é link do arquivo exibido de forma crua, totalmente transparente para que ele possa ser apresentado como um "embed". Ele nada mais é do que uma janela, dentro do seu blog, por meio da qual o usuário enxergará o arquivo capturado.
Infelizmente, nem todas os provedores oferecem o link nesse formato e ele é essencial para que você possa exibir o vídeo diretamente no seu blog sem interferências. Para isso você tem algumas opções. Caso escolha o Google Drive, o link gerado oferece a você a opção de copiar o iframe, que é a linha de código a ser inserida no blog. Em outras palavras, o Google não impede a divulgação dos arquivos hospedados em sua rede e até facilita essa tarefa, ao publicar o código que facilita a integração com o blog (que é justamente o embed).
Caso escolha o Backblaze, no plano gratuito, o link gerado oferece a opção de copiar o endereço do arquivo para que você mesmo possa preparar o link para inserção no blog. Tanto é possível buscar o "link direto" a partir do próprio Dropshare, quanto abrir o "link padrão" gerado pelo Dropshare. No último caso, ao clicar no vídeo, será exibida a opção de copiar o endereço do arquivo, caminho que é exibido no seguinte vídeo:
Se você é um usuário Windows (e não tem o Dropshare à disposição), imagino que o Cyberduck (R$ 89,90) também resolva, pois tem uma proposta semelhante de gestão do espaço em nuvem de diversos provedores. Para tornar a experiência ainda mais fluida, o Mountain Duck (R$ 149,90) oferece uma série de vantagens, a um preço mais alto.
Mas, nesse ponto, já estamos nos distanciando muito do problema a ser resolvido, uma vez que tais ferramentas são, na verdade, voltadas a um uso mais técnico. Para uma comparação mais detalhada sobre os clientes de FTP, veja o post do BinaryNighsts.
Retomando o fio da meada, estávamos em busca de um cliente para carregar facilmente arquivos na nuvem.
Chegamos até o Dropshare como uma solução para melhorar a experiência de carregar arquivos na nuvem, deixando à escolha do usuário seu serviço favorito de armazenagem. Depois, consideramos clientes de FTP, que são soluções profissionais justamente para esse tipo de demanda. A tendência é que essas soluçõe sejam pagas.
Mas, se orçamento estiver muito curto e você quiser renunciar a alguma comodidade, existem provedores de serviços ainda mais sofisticados que não cobram nada para atender às necessidades de um "blogueiro médio". Trata-se de empresas cuja missão é distribuir conteúdo por uma complexa rede de servidores, em busca de otimizar a velocidade e a qualidade desse fornecimento.
Segue um exemplo de vídeo servido via Cloudinary, no qual é demonstrada a sofisticação no trato das imagens, o que inclui transformação, processamento, otimização e distribuição por uma complexa rede de servidores para melhora da performance do seu aplicativo:
Um concorrente do Cloudinary, também focado no armazenamento, é o Imagekit, cujo plano gratuito oferece 20 GB de banda por mês. Esse tipo de empresa se permite oferecer planos gratuitos para tráfego de dados com franquias generosas, pois o serviço que prestam não é bem esse, e sim um refinamento na forma pela qual transformam e distribuem tais dados.
Em conclusão, está claro que estamos comparando soluções completamente diferentes, pois a avaliação começou com aplicativos que fazem da captura à hospedagem, sendo que ao final estão sendo comparadas soluções genéricas para gestão de arquivos em nuvem. São problemas completamente diferentes, embora os aplicativos mencionados possam ser utilizados para a mesma finalidade.
Poderia concluir também de outra forma: como o Loom é exatamente o que você precisa para capturar e distribuir vídeos de forma ágil, é certeza que eles construirão um modelo de negócio que fará você pagar por isso. Se você busca ficar à margem do modelo de negócios, utilizando o serviço de graça, vai precisar se afastar um pouco da finalidade para qual o software foi desenvolvido. Quanto mais se afastar, mais barata - e mais complexa - ficará a solução.
Essa parece ser uma regra bastante universal e previsível. No meu caso, optei por ficar com o Loom para vídeos descartáveis, CloudApp para uso eventual (pois o plano gratuito é muito limitado) e Dropshare como solução definitiva. Afinal, para mim, o mais importante é uma experiência fluida no envio dos arquivos para a nuvem, que é justamente o problema que o Dropshare se propõe a resolver.
Como capturar e compartilhar vídeos no seu blog de forma simples
Primeira parte do texto sobre como capturar e compartilhar vídeos no seu blog.
Existem diversos formatos de vídeo, com diversos propósitos. Para o meu uso, geralmente compartilho capturas de tela (screen record), pois meu objetivo é produzir videos demonstrativos ou tutoriais. Isso demanda uma solução que capture a tela (e algumas vezes também a webcam), bem como tenha capacidade mínimas de edição de vídeo. Assim quero dizer que, se você busca um editor de vídeo robusto, esse tipo de solução não é adequada.
Além disso, quando se fala em captura de tela, é muito conveniente que o aplicativo forneça um serviço de hospedagem e distribuição do vídeo. É desejável também, embora não seja essencial, que ofereça funcionalidades de colaboração com seus colegas e trabalho e interação com o público. E, finalmente, para a minha necessidade, é muito importante que a distribuição do vídeo tenha uma aparência profissional, sem muitos anúncios e que funcione em harmonia com o desenho do meu blog.
Como é possível notar, na jornada de solução desse problema, existe um ciclo de produção que vai da captura até o compartilhamento. E o tipo de aplicativo que estamos avaliando é justamente aquela que, preferencialmente, cubra todas essas fases. Assim, qual seria a melhor forma de produzir e compartilhar esse tipo de vídeo?
Para vídeos curtos, você pode usar a versão da gratuita do CloudApp. Mas, se o seu vídeo tiver mais de 5 minutos, será preciso assinar um plano pago. Ironicamente, o vídeo promocional do CloudApp não está hospedado em seus servidores, e sim no YouTube. Trata-se de um sintoma que, embora o CloudApp sirva para distribuição de conteúdo, esse não é seu objetivo principal.
De acordo com a proposta do CloudApp, eles buscam resolver problemas de comunicação de designers, desenvolvedores, executivos, profissionais de marketing, bem como de equipes de vendas e de suporte. Seu vídeo promocional ilustra esse tipo de caso de uso, demonstrando a comunicação entre duas pessoas de uma mesma equipe, discutindo uma forma para aprimorar a exibição de uma foto digital.
Basicamente, o que o aplicativo pretende é facilitar a comunicação visual, integrando diversas mídias nos canais de comunicação que a equipe já utiliza. Ou seja, o CloudApp não foi pensado para ser a "casa de máquinas" do seu blog, embora tenha funcionalidades que permitam o desempenho dessa função. Os preços e funcionalidades oferecidos confirmam isso, pois o CloudApp parece ter seu público pago justamente nas equipes que queiram integrar, para maior produtividade, a gestão do conteúdo capturado aos softwares de vendas ou de suporte que já utilizam.
Mais uma das vantagens do CloudApp é que ele permite compartilhar, além de vídeos, também GIFs e imagens. Bem assim, oferece anotações das capturas dentro do próprio aplicativo, fazendo do CloudApp uma solução bastante completa. Outra vantagem é que, mesmo no plano gratuito, o player do CloudApp é discreto e se integra muito bem em qualquer blog.
Enquanto o CloudApp tem um complexo modelo de precificação baseado na duração dos vídeos, na customização do player para que se torne totalmente compatível com o seu blog, no tipo de integração disponível e no número de capturas (até 25 por mês), o Loom tem uma abordagem diferente e mais simples. Embora o Loom não limite a duração de cada vídeo no plano gratuito, arquiva os seus vídeos mais antigos, permitindo a exibição somente dos 25 vídeos mais recentes.
É até curiosa essa concidência: enquanto o CloudApp só permite e 25 novas capturas por mês, o Loom só permite acesso às 25 capturas mais recentes.
Isso faz do Loom, no meu caso, uma opção para vídeos descartáveis. Sempre que preciso enviar para alguém um vídeo muito rápido e que não precisa ficar disponível por muito tempo, o Loom é a primeira alternativa, pois isso é totalmente compatível com o oferecido no plano gratuito.
Então, se o vídeo precisa ficar disponível por um longo período, escolho publicar no CloudApp. Aliás, a própria produção amadora dos vídeos do Loom mostra bem a proposta da empresa, que é fazer vídeos com agilidade, sem foco no refinamento da produção. E aqui não vai nenhuma crítica, pois a posição honesta da empresa pela busca de agilidade, não de refinamento, é totalmente compatível com o problema que se propõe a solucionar.
O CloudApp e o Loom não são as únicas opções, como é possível ver neste comparativo elaborado pela equipe do Zapier. Mas, ainda que o comparativo seja bastante completo, acho válido adicionar outras possibilidades - menos óbvias - e justificar as razões pelas quais estão (ou não) na minha preferência.
Aliás, várias pessoas comentaram comigo que gostam do Soapbox, desenvolvido pela Wistia. Um pequeno problema é que o Soapbox exige que você apareça também no vídeo pela webcam, mas nem sempre queremos isso. É verdade que depois você pode ocultar a captura da webcam, mas não poderá integrar facilmente o vídeo no seu blog. E, para o meu uso, esse é um enorme problema.
Tais limitações fazem total sentido se avaliarmos a estratégia global da Wistia, que parece considerar o Soapbox como um produto promocional. No meu modo de ver, o Soapbox não existe propriamente para gerar receita, e sim para gerar clientes para as suas soluções corporativas, muito mais caras e robustas.
Outra possibilidade é realizar a captura de tela com um software qualquer, possivelmente um aplicativo gratuito que já venha no seu computador, distribuindo depois o vídeo pelas canais mais populares: YouTube ou Vimeo. Na verdade, essa até seria o comportamento esperado de alguém que tenha um blog pessoal. Qualquer solução que desvie disso implica trazer uma complexidade que o autor precisa enfrentar.
Na minha opinião, as recomendações que aparecem ao final do vídeo no YouTube e no Vimeo induzem o público a sair do blog e comprometem a experiência como um todo. Afinal, é para isso que os anúncios existem. Se quiser evitar esse ruído (que pode ser representado por um cachorrinho fofo como sugestão ao final do vídeo 🐶), é possível customizar o player do Vimeo, desde que esteja no plano pago.
Caso queira apenas distribuir seu vídeo, sem nenhuma ferramenta de comentários ou mídia social, a conta paga do Streamable é uma possibilidade. A ferramenta serve exatamente para isso e é muito fácil de usar. No entanto, se a sua conta for gratuita, é bom se lembrar que serão publicados anúncios no seu vídeo. Pessoalmente, não tive uma boa experiência com Streamable, pois a definição do vídeo era menor do que o ideal para o meu caso.
Isso me faz supor que boa parte do público do Streamable não seja apenas de pessoas que queiram distribuir seu vídeos, mas que queriam fazer isso sem se preocupar com as restrições (por exemplo, de direitos autorais) típicas das grandes plataformas. Afinal, não é preciso ter uma conta no Streamable para postar seu vídeo, de modo que sua postagem pode ser anônima.
Aqui termina a primeira parte dessa avaliação, que continuará em breve. No próximo passo, vou comparar as opções mais voltadas à gestão de arquivos em nuvem, o que exige a utilização de ao menos dois aplicativos: um para capturar e outro para compartilhar o conteúdo capturado.
Minha lista de editores de texto
Lista dos editores de texto que mais gosto, separados por complexidade e preço.
Bem, antes de conhecer comunidades como Research Hacking (organizado por Nicholas Cifuentes-Goodbody), eu poderia até ter vergonha da minha lista de editores de texto.
Mas agora, conhecendo uma série de pessoas que estão diversos níveis acima de mim em termos de organização, venho abrir meu coração e dizer quais são os editores de texto que tenho utilizado. Como podem notar, são vários. 😇
Caso não esteja familiarizado com a proposta de editores em markdown, recomendo um breve vídeo, no qual o já mencionado Cifuentes-Goodbody demonstra as vantagens desse tipo de escrita. Eu concordo com essa abordagem e por isso, sempre que posso, opto por escrever em markdown.
Do mais simples ao mais complexo, utilizo como editor o Sublime, especialmente quando vou editar arquivos em .txt. Sei, contudo, que o Sublime tem diversas funcionalidades bastante avançadas, especialmente para quem escreve em código de computador.
Como meu uso é limitado nessa frente, prefiro ficar com o Sublime apenas para ter um editor a menos, já que minha lista é grande e ele é uma ótima opção também para tarefas simples. Trata-se de um editor bastante versátil, no qual não se sente o peso de muitas funcionalidades, pois elas estão ocultadas na interface, que é bastante limpa.
Do ponto de vista do modelo de negócio, você não é obrigado a pagar pelo Sublime, pois existe uma versão gratuita com trial por tempo indeterminado. O programa apenas alerta, educadamente e de tempos em tempos que, caso queira, é possível comprar uma licença.
Em um grau um pouco mais complexo, uso o Bear. Vejo o Bear como um aplicativo de notas que tem um ótimo sistema de recuperação de informações, especialmente por meio dos seus hashtags aninhados. Isso mesmo: você pode criar uma árvore estruturada de hashtags e navegar nas suas notas por assunto.
Já expliquei, no passado, como organizo no Bear as questões que aplico nas minhas provas. Realmente é um aplicativo muito útil e que já tem muitas funcionalidades em sua versão gratuita. A principal funcionalidade paga é a sincronia de notas entre diversos dispositivos, que é algo que pessoalmente acho dispensável.
Partindo para editores de informação mais estruturada, uso o XMind. Na verdade, não se trata de um editor de texto, e sim de mapas mentais. Então não é propriamente possível compará-lo com os demais editores. Sua versão gratuita é bastante robusta e, para o meu uso, é bastante suficiente.
Por fim, quanto ao XMind, não sinto falta da versão paga, pois sua única funcionalidade exclusiva é o exportador de mapas mentais em .pdf e formatos de imagem. A versão gratuita gera os mesmos arquivos de exportação, mas com uma marca d'água.
No campo dos editores de texto estruturado, o Dynalist é minha opção. Trata-se de um editor de outline, ou seja, de listas estruturadas. A ferramenta de busca é incrível e é possível perceber que o aplicativo está em constante evolução.
Assim como os outros aplicativos mencionados, o Dynalist tem um plano gratuito bastante generoso e as únicas funcionalidades que parecem fazer falta são a marcação de favoritos e o painel de hashtags. Isso não prejudica o uso da versão gratuita, sem dúvida.
Partindo para editores de textos mais longos, uso bastante o iA Writer. É um editor de markdown muito básico, mas extremamente bem acabado. É um software pago e que vale cada centavo, USD 29,90 na versão para Mac e USD 19,90 para Windows. Caso tenha interesse, o desenvolvedor publicou um comparativo bastante completo - e parcial - considerando o Word a Microsoft:
Como o iA Writer é obrigatoriamente pago, deixo uma alternativa gratuita que atende, basicamente, à mesma demanda: o Typora. Aliás, o Typora é um editor muito original e tem um ótimo suporte para tabelas em markdown. Mas esse assunto é tão complexo que demandaria um novo post.
Os últimos dois editores também são pagos e servem para projetos muito complexos, por exemplo, para escrita de um livro.
Ainda no campo da escrita em markdown, uso o Ulysses. Se você resolver assinar o Ulysses (ou seja, o desenvolvedor não trabalha mais vendendo licenças), terá que desembolsar R$ 14,90 por mês. Pessoalmente, acho o valor caro e continuo usando uma versão antiga, que comprei antes que fosse imposto o modelo de assinatura. Ainda assim, ninguém pode deixar de reconhecer a qualidade do Ulysses.
E, no campo dos editores com formatação embutida no texto (ou seja, rich text format), o editor da minha preferência é o Scrivener. Sua versão para Mac custa R$ 184, enquanto a versão para Window custa R$ 169. No meu modo de ver, por não trabalhar com markdown, o Scriver é a evolução natural para os usuários descontentes com o Word da Microsoft.
Em conclusão, existem diversas soluções boas no mercado, com diversos propósitos e preços. A grande questão parecer ser o quanto você está disposto a investir, em termos de tempo e dinheiro, para evitar usar o Word da Microsoft. No meu caso, por saber que as outras opções são ferramentas muito mais vocacionadas para cada missão, só utilizo o Word como última alternativa.
Em busca de um quadro de avisos para o blog
Comparativo entre os principais aplicativos de gestão de comunidade e de chat voltados ao merado corporativo. A missão é evitar o Whatsapp a qualquer custo.
Para aprimorar a comunicação com meus estudantes, sempre busquei uma ferramenta simples. A principal meta era evitar o onipresente Whatsapp, pois entendo importante separar a comunicação pessoal da profissional. Por incrível que pareça, atualmente essa pode ser considerada uma meta ambiciosa.
Além disso, buscava uma forma de comunicação ao estilo de fórum aberto, não de contato particular com cada um dos estudantes. O que pretendia, com isso, era ter um quadro de avisos bastante simples, de modo que pudesse registrar onde parei e qual seria a programação da próxima aula.
Ou seja, eu queria criar um diário de classe digital.
Também queria que fosse possível o acesso ao público, pois sei que a necessidade de autenticação para leitura termina sendo uma enorme barreira. Como eu já tinha um blog, buscava uma comunicação mais ágil do que uma postagem normal, mais na linha de um chat. Por fim, queria que fosse uma solução gratuita.
Minha opção terminou sendo o Gitter, que é uma plataforma de gestão de comunidades bastante simples. Embora o Gitter não defina seu público como de programadores, está bastante claro que se trata de gestão de comunidades para esses profissionais. Seja como for, nada impede que tiremos vantagem das maravilhosas ferramentas que os programadores criam para si.
Para ter uma ideia da importância dessa plataforma, o Gitter foi comprado pelo GitLab em 2017, quando já tinha mais de 800 mil usuários. Desde então, é um projeto open source e sem qualquer limitação de uso. Isso se deve a que o Gitter deixou de ser uma empresa com propósito comercial e passou a ser o braço da GitLab voltado ao desenvolvimento de comunidades que fortaleçam sua posição no mercado (de gestão de repositórios para desenvolvedores).
Mas isso não é tão relevante para nós, a não ser pelo fato de que tudo leva a crer que o Gitter é mesmo uma opção sólida e que não será descontinuada. Por falar em opções, algumas soluções são dignas de menção, nem que seja apenas para esclarecer como se distinguem do Gitter.
Entre as alternativas está o Slack, uma empresa gigantesca, com atividade diária de mais de 12 milhões de usuários. Não se trata, portanto, de uma opção de nicho, e sim de uma alternativa à comunicação para o mundo do trabalho como um todo. Além disso, sua missão é a comunicação interna entre equipes, e não a gestão de comunidades.
Esse campo de soluções genéricas para o mundo do trabalho parece estar bastante congestionado, com múltiplas - e ótimas - opções, o que seria um bom assunto para outro post. Aqui estou me restringindo a comparar soluções para o meu problema concreto, que é a gestão das minhas comunidades. Ou seja, a gestão das minhas salas de aula.
Embora tenha tido sucesso relativo na comunicação com os estudantes via Slack e, mais recentemente, via Discord, terminei decidindo construir um fórum mais leve e aberto, o qual pudesse ser apresentado dentro da página de cada curso que leciono. Fiquei feliz com o resultado e espero que funcione melhor que minhas tentativas anteriores, pois terminei me dando conta que não estava usando as melhores ferramentas para a missão.
A cereja do bolo é que, justamente por se tratar de uma comunidade do mundo da tecnologia, o desenvolvimento do Gitter é muito ágil e voltado a integrações de diversas formas. No caso, optei por usar uma integração chamada Sidecar, que permite a exibição do Gitter diretamente no blog. O resultado é o seguinte:
Nunca mais Whatsapp, nunca mais Páginas no Facebook. 😅
Na verdade, sei que essas soluções continuarão a existir e que muitos estudantes se informarão, em segunda mão, por posts propagados naquelas comunidades. O importante para mim é que poderei manter uma comunicação organizada e acessível, o que estava tendo dificuldade de realizar por meio de ferramentas mais complexas.
É bastante comum ouvirmos professores dizendo que a pior parte da profissão é corrigir provas. Mas como será que eles eles se preparam para essa atividade?
Para mim existem duas alternativas: ou você investe tempo na preparação e depois tem uma boa correção; ou terá um verdadeiro pesadelo durante esse processo.
Nos últimos anos, em razão do tipo de disciplina que passei a lecionar e também em razão do grande número de estudantes matriculados nas turmas da Faculdade de Direito da UnB, resolvi investir na elaboração de provas objetivas. Realmente acho que foi uma boa decisão e que aprendi a criar provas que avaliam bem o progresso de cada estudante ao longo do curso.
Já publiquei um post anteriormente, explicando como elaboro e organizo as questões. Em síntese, utilizo o aplicativo Bear para isso, pois ele tem o melhor sistema de organização hierárquica de tags que conheço. Trata-se, na verdade, de um aplicativo genérico para tomar notas, atualmente disponível apenas para Mac. Se você é um usuário Windows, poderá resolver seu problema, por exemplo, com o OneNote.
Voltando ao assunto, digamos, a título de exemplo, que eu tenha elaborado uma prova com questões objetivas, seja no Bear, seja em outro editor de texto com menor capacidade de organização. Ainda assim, seria necessário editar e imprimir essa prova, o que possivelmente seria feito no Word.
Até agora, nada de novo. Mas e como correção poderia ser feita?
É aí que entra uma série de aplicativos, cuja missão é simplesmente gerar uma folha de respostas para correção de questões objetivas por meio do celular. Existem diversas opções para isso e a maioria delas é gratuita, caso você queira apenas gerar a folha de respostas.
Mas isso não é o suficiente para mim e prefiro pagar (alguns centavos por prova) e ter uma série de vantagens. Minha escolha é o Gradepen, um aplicativo brasileiro que também embaralha as questões, gera a prova para impressão, hospeda o gabarito na internet e permite sua correção por celular.
Caso prefira outra ferramenta nacional com propósito mais abrangente, vale dar uma olhada no Prova Fácil ou no Prova Rápida. Eu diria que ambos estão mais para plataforma de automação de avaliação do que para gerador de provas. Em outras palavras, incluem a possibilidade de aplicação de provas em meio eletrônico e, no caso do Prova Fácil, toda a gestão da aplicação da prova em várias salas.
Sem dúvida o Prova Fácil e o Prova Rápida são mais completos e até mais baratos do que o Gradepen. No entanto, como não preciso das funcionalidades oferecidas por eles, minha escolha é pelo Gradepen. Além disso, gosto de apoiar desenvolvedores independentes, que desenvolvem software para soluções de pequenos mercados.
Entre as opções estrangeiras, eu consideraria o QuickKey, o ZipGrade ou o Gradecam. Não consideraria, contudo, o Lightning Grader nem o Scantron, por serem muito mais caros e concorrem exclusivamente no mercado corporativo. O vídeo seguinte ilustra o funcionamento de uma dessas opções:
Ainda quanto à minha opção, que é o GradePen, é preciso reconhecer que nem tudo são flores. O desenvolvimento do aplicativo não vem demonstrando muito fôlego e experiência do usuário não é das melhores. O software tem uma cara bem antiquada. Mas se você precisa apenas de embaralhar algumas questões e corrigir tudo pelo celular, é muito mais do que suficiente.
Com essa estratégia, passei a elaborar e corrigir as provas com muita agilidade. Em complemento, por ter passado a administrar uma base de questões muito grande, passei a não ter nenhum problema em realizar vários exercícios e a permitir que os estudantes levem o caderno de questões para casa. Ou seja, o custo de elaborar uma prova diminuiu consideravelmente.
Assim, creio que o planejamento e a execução das avaliações passaram a estar muito mais alinhada às atividades de ensino. Desse modo, o curso tende a se tornar mais previsível e mais dinâmico. E eu fico mais feliz, pois empenho meu tempo na preparação das questões, não na correção.
De outro lado, reconheço que algumas disciplinas são incompatíveis com a avaliação por questões objetivas. Mas acho também que, com algum esforço, o professor pode aprender a formular questões objetivas de forma mais interessante, o que vai reduzir essa limitação.
Por fim, um ponto positivo adicional está em que, no meu caso, passei a aprender mais sobre o conteúdo, o que colabora para que eu seja um professor melhor. No meu modo de ver, essa forma de trabalho pode inaugurar um círculo virtuoso. Para isso só é necessário que o professor se dedique mais a elaborar do que a corrigir as provas, o que me parece ser uma opção muito mais inteligente.
Quantas abas estão abertas agora no seu navegador?
Sempre dou uma olhada nos notebooks dos meus amigos 😬 para saber quantas abas estão abertas no navegador. É muito comum que existam diversas abas, cada uma com um aplicativo web funcionando.
Se você se identifica com isso e é resistente a viver no caos, tudo bem. Mas se você quer ter um pouco mais de foco e rotina no seu trabalho, vou dar algumas sugestões para vencer a proliferação de abas do seu navegador de internet.
Toby: o gestor de favoritos ↑
Free para uso pessoal. Pago para equipes.
A primeira alternativas para vencer as abas é utilizar a aba de favoritos do navegador. Mas logo ela estará lotada e você só vai trocar de problema. Até onde pesquisei, não existe um navegador nativo com uma boa solução para a gestão de favoritos. É aí que entra o Toby.
O aplicativo (na verdade uma extensão do Chrome) transforma o comportamento nativo do botão do navegador que, por padrão, abria uma nova aba. Com o Toby instalado, esse botão abre uma espécie de área de trabalho no navegador, onde estarão todos os seus favoritos. Em síntese é isso: o Toby transforma a barra de favoritos em uma área de trabalho de favoritos.
Como o Toby não é um novo navegador, sua experiência é mais familiar. Além disso, justamente por utilizar o mesmo navegador que você já está acostumado, estará sempre visível a barra de endereços - o que pode ser até uma desvantagem. Afinal, metade da magia dos aplicativos seguintes está precisamente em ocultar a barra de endereços, nos lembrando de que estamos, em boa parte do tempo, em verdadeiros aplicativos, e não meras páginas da internet.
Já utilizei mais o aplicativo, mas ainda tenho o atalhos das minhas contas bancárias cadastrado no Toby. Pode parecer superstição, mas prefiro manter sites sensíveis rodando nativamente no Chrome, utilizando o Toby como meu gestor de favoritos.
Franz: aplicativo dos aplicativos de mensagem ↑
Free bastante satisfatório. Versão paga disponível.
Enquanto a gestão de abas e favoritos é um problema genérico, pode existir uma causa específica para isso. Se a sua proliferação de abas decorre da gestão de aplicativos de mensagem, o Franz é a solução. Você terá todos os aplicativos de mensagem, incluindo email, em um só ambiente, o que talvez resolva sua situação.
Utilizo o Franz ao menos semanalmente ou quando preciso buscar por algum email em uma das minhas contas do Gmail. Utilizo também o Franz para consultar outras contas de email, contas do Slack que acompanho com menos frequência, bem como contas do Discord. Ou seja, o Franz é a minha solução para mensagens, principalmente as que não quero receber notificações imediatamente.
Station: um aplicativo para todos os outros ↑
Free para uso pessoal. No futuro, será pago para equipes.
Enquanto o Franz é voltado aos aplicativos de mensagem, o Station atende aos aplicativos mais populares de todo tipo. O Station está em pleno desenvolvimento e recentemente foi incluída a funcionalidade que permite a criação de aplicativos que ainda não estejam listados.
Utilizo sempre o Station todos os dias e estou muito satisfeito. Realmente é um aplicativo indispensável para mim. Não troco o Station por nada.
Manageyum: opção paga e mais simples ↑
Aplicativo pago com trial.
Manageyum é uma opção somente você tiver disponibilidade para pagar USD 47. Mas acho difícil esse convencimento, sendo que a versão free do Rambox faz praticamente a mesma coisa, com um pouco menos de elegância.
Merece destaque que, enquanto a concorrência se concentra em viabilizar múltiplos logins em diversos aplicativos simultâneos, o Manageuym permite também rodar múltiplas instâncias de um mesmo aplicativo. Esse parece ser realmente um diferencial.
O que me parece apenas é que, de todo modo, o preço é desproporcional diante do produto que e fornecido. Essa percepção é confirmada pelos comentários presentes na página do Product Hunt. A mesma página revela também que a versão atual do software já tem dois anos, enquanto os concorrentes estão se movendo bastante rápido, talvez por contarem com mais financiamento e equipe.
Pessoalmente, como paguei pelo software, terminei deixando instalado nele alguns aplicativos muito específicos, serviços nos quais administro múltiplas contas sem ter que informar novamente a senha a cada consulta. Mantenho também meu YouTube lá, pois curiosamente, ele não funciona bem nos demais aplicativos que utilizo. Mas certamente isso não justifica o investimento.
Rambox: opção paga e mais robusta ↑
Aplicativo pago com trial de 30 dias. Versão free disponível, mas limitada.
O Rambox é a opção mais madura que encontrei, pois tem quase tudo o que você pode sonhar para organizar seu desktop. Mas isso tem um preço: USD 4/mês. Ainda que exista uma versão free, ela nem chega a lembrar a versão paga. Se você não pretende pagar pelo aplicativo, nem adianta começar usar a versão free, pois é incompatível com a versão paga. Não há migração entre elas.
Ainda que seja o aplicativo mais completo da categoria, no meu modo de ver, ainda faltam algumas funcionalidades, por exemplo, reordená-las na barra vertical. Pelo que testei, uma vez que você cria um grupo, não tem como arrastar para alterar a ordem. Além disso, não encontrei uma opção para retirar um aplicativo do grupo, bem como fazer como que conste de dois grupos.
Percebi também que o Rambox é muito fiel, de forma exagerada até, à filosofia do funcionamento de um aplicativo isolado, falhando ao não permitir a abertura de qualquer link como uma nova aba. Acho que se trata de uma flexibilidade que um aplicativo pago (ainda mais como assinatura) precisa oferecer. Nesse quesito, o Station, que é gratuito, parece ter uma funcionalidade muito mais bem executada.
Terminei não utilizando o Rambox a ponto de ter uma opinião definitiva sobre ele, tendo realizado apenas testes.
Shift: desafiante do Rambox ↑
Aplicativo pago, o mais caro de todos. Versão freedisponível, mas limitada.
Ainda não tenho uma opinião definitiva sobre o Shift, mas me parece uma opção mais cara do Rambox. Outra impressão é que se posiciona como uma solução para gestão de várias contas de Gmail, embora seja bem mais do que isso. De todo modo, prioriza o desenvolvimento de funcionalidades para o Gmail, por exemplo, uma busca integrada de todas as suas caixas de email com um clique.
Se, para você, assinar um serviço desses por USD 99,99/ano, não é problema, tudo bem. Para mim, infelizmente, é um problema. Existe também uma opção mais em conta, por USD 29,99/ano, mas que não tem todas as funcionalidades. Na mesma linha da limitação de funcionalidades, a versão free não passa de uma demo, que não oferece nenhuma condição de testar o aplicativo.
Não recomendo esse aplicativo, apesar de reconhecer sua qualidade. Simplesmente acho que é mais caro do que deveria.
Firework: clone do seu launchpad ↑
Aplicativo pago. Versão free disponível bastante funcional.
Firework é um pequeno launchpad para seus aplicativos web, com uma versão free bastante satisfatória. Ao que pude perceber, as únicas funcionalidades ausentes são: renomear os aplicativos e permitir que abram em uma nova janela. Na versão free, o Firework limita os acessos simultâneos a dois aplicativos, mas não creio que isso seja problema. Assim como o Manageyum, no Firework é possível rodar simultaneamente mais de uma instância do mesmo aplicativo.
É uma solução que realmente emula o funcionamento de um launchpad dedicado, bastante funcional e intuitivo. Para efeito de comparação, enquanto o Manageyum é uma janela com abas (lembrando um navegador), o Firework é um desktop com aplicativos (exatamente construído como um launchpad). Como consequência, o Manageyum terá dificuldade em acomodar um grande volume de aplicativos, enquanto a abordagem do Firework é mais escalável. Então, ponto para o Firework.
Acho também que o Firework acerta ao ter um navegador minimalista, com a opção de ocultar a barra de navegação, o que me parece uma exclusividade sua. Trata-se de uma solução muito interessante e pouco conhecida. A versão paga está (teoricamente) disponível somente por um mecanismo de pagamento russo, ao preço de aproximadamente USD 15/ano.
Embora tenha tentado realizar a compra, não consegui completar a operação com nenhum dos meus cartões de crédito. O Firework é um aplicativo curioso: eu gosto dele, mas não uso muito, especialmente por ter experimentado problemas de compatibilidade com o Airtable e o YouTube.
Conclusão ↑
Com a proliferação das ótimas soluções ser aplicativos próprios, nossos desktops ficaram uma verdadeira bagunça. O navegador virou a área de trabalho do computador e os browsers mais populares não acompanharam essa evolução. Mas já existem ótimas soluções para esse problema e, a cada dia, surgem tantas outras.
Nesse cenário, você vai encontrar aplicativos ainda em fase de desenvolvimento inicial. Alguns reconhecem isso e não cobram por enquanto, outros cobram de toda forma. Seja esperto e fique com uma das soluções honestas que listei.
Vamos a elas: para favoritos, Toby; para mensagens, Franz; para aplicativos populares, Station. E, se você demanda a instalação de aplicativos menos utilizados, além de ser exigente a ponto de pagar, pode escolher entre Manageyum (navegador centrado em abas, USD 47), Rambox (navegador centrado em grupos de abas, USD 4/mês) e Firework (launchpad completo, USD 15/ano).
O problema da revisão ↑
Já faz um ano que publiquei a primeira versão deste post. Desde então, muita coisa mudou e resolvi fazer uma compilação das minhas constatações e atuais angústias.
Desde o início dessa jornada, minha meta foi ser mais produtivo na escrita, especialmente quando esse processo demandava uma rotina de colaboração no trabalho - tanto para mera revisão quanto para coautoria.
Nesse contexto, o primeiro objetivo foi evitar trocas de arquivos Word por email, o que é certamente um processo improdutivo. Ao final, na maioria das vezes, não consegui convencer meus parceiros de escrita a modificar essa dinâmica, o que é compreensível, pois Word e email são ferramentas que todos usam desde que nasceram.
Confirmei que, se é difícil mudar um hábito nosso, mudar um hábito alheio é praticamente impossível.
Por isso me contentei em transformar apenas o meu processo de escrita, o que acabou sendo bom para a minha produtividade pessoal. Prova disso é que estou publicando este post, o que poderia não ter ocorrido, se eu ainda escrevesse com as ferramentas de sempre.
O problema da sincronia ↑
Desde o início, pretendia também evitar os riscos de deixar arquivos compartilhados no Dropbox (alternativa natural ao email), pois sabemos que apenas a última versão do arquivo é salva. Ora, tudo pode acontecer em uma pasta compartilhada, inclusive tudo pode ser perdido de uma hora para a outra. Assim, a substituição do email pelo Dropbox não me pareceu uma solução desejável.
Procurando melhor, encontrei diversas formas de contornar esses problemas, sendo que ferramentas para isso podem organizadas nos seguintes grupos: editores para escrita, editores com marcas de revisão ou versionamento e editores com comentários. Mas a verdade é que qualquer solução, ao priorizar uma abordagem, sacrifica as outras.
O problema se converte, portanto, em saber qual a dimensão mais importante para você: a escrita em si, o registro da evolução da escrita ou as conversas colaterais ao texto. Qual é o verdadeiro gargalo da sua escrita? Se você respondeu que a última alternativa é a mais (ou pelo menos bastante) importante, esse texto poderá ser do seu interesse.
A abordagem mais negligenciada ↑
De uma forma geral, considero que a perspectiva mais negligenciada pelos editores é aquela orientada a comentários. Os comentários não pretendem se fundir com o texto, e sim fornecer uma nova camada de informação, quem sabe inaugurando uma nova discussão. Por isso é mesmo muito difícil encontrar um bom editor de texto que reserve suficiente atenção aos comentários e o seu modo de ser.
Um bom exemplo de plataforma que caminha nessa última direção é o Medium. A plataforma promove o comentário a praticamente um novo fragmento de texto, iniciando conversas infinitas (threads) de mesma hierarquia diante do texto originalmente publicado. Nem sempre foi assim e o Medium já teve outra abordagem, quando tinha uma espécie de comentário inline, exibido ao lado do texto. Hoje o Medium exibe os comentários empilhados ao final do texto.
Mas, antes de mais nada, o Medium é uma ferramenta de publicação, e não um editor de texto web propriamente dito. Não recomendo de nenhuma forma que o Medium seja utilizado como solução para sua produtividade na escrita, pois ele realmente não serve para isso. De todo modo, o Medium é uma boa fonte de inspiração para pensarmos como pode ocorrer o debate em torno e por meio de textos.
Voltando ao assunto, se você prefere comentários ao lado do texto, uma possibilidade - e minha antiga escolha - seria o Hypothesis. Sempre considerei o Hypothesis uma solução melhor que seus concorrentes comerciais, como Genius ou Diigo. Esse último aparenta ter um perfil mais fechado e voltado à educação, espectro em que se encontram também o Perusall e o Kami. A ambiciosa apresentação do Hypothesis o identifica como uma nova camada sobre a internet.
Na verdade, o problema que o Hypothesis pretende resolver é tornar a internet anotável. Para tanto, sua solução mantém íntegros os links da anotação, mesmo em um ambiente no qual o texto sob anotação venha a evoluir. Como disse, outros produtos tentaram resolver o mesmo problema. Nenhum deles, contudo, parece ser tão bom quanto o próprio Hypothesis nessa missão.
Além disso, o Hypothesis pode ser instalado dentro do seu próprio site ou blog, o que não é possível com outras ferramentas. Por fim, é open source e, naturalmente, tem vocação para integração com outros sistemas. Mas, embora seja um software inspirador, creio que o Hypothesis não seja uma boa solução para produtividade da sua escrita, nem da minha.
Nesse campo, mais recentemente, no meu modo de ver, o Coda vem evoluindo de forma imbatível. Realmente o Coda está em um nível totalmente diferente e, entre outras funcionalidades, tem uma ótima ferramenta de comentários:
Ou seja, a diferença inicial está em que, conceitualmente, o Hypothesis é uma ferramenta para comentar qualquer página na internet, enquanto o Coda é um aplicativo com uma ótima ferramenta de comentários. São missões completamente diferentes e, por isso, mais do que para solucionar seu problema de escrita, servem para delinear quais são as soluções existentes em face de problemas conexos ao tema da leitura e da escrita na era digital.
Reduzindo as barreiras para o revisor ↑
O poder da anotação reside em que - deve ser - mínima a barreira para que o revisor colabore com o seu texto. Com isso, é mais provável que você consiga contar com aquela pessoa que não estaria disponível para colaborar dentro de uma plataforma de coautoria, por exemplo.
Não podemos deixar de considerar que, no fim, o que importa é a qualidade do texto. Assim, é importante que as ferramentas estejam alinhadas a essa finalidade.
Nesse propósito, nem sempre precisamos de uma plataforma sofisticada com controle de versão (ou seja, o texto e suas alterações), que é algo que não está totalmente dominado pela maioria dos revisores. Em contraste, ferramentas de anotação estão quase sempre ao alcance de uma pessoa minimamente disponível e podem dar muito mais retorno ao avanço do seu texto.
Não podemos deixar de considerar o poder da anotação. As ferramentas de anotação são simples e, de fato, funcionam, principalmente por respeitar o tempo e o conforto do revisor. Afinal, não existe quem escreva bem. Existe quem se dedique a revisar o texto e a criar condições para que ele alcance novos patamares de qualidade, o que será bastante mais fácil por meio da colaboração com pessoas diferentes e mais experientes.
Conclusão: a ferramenta não é o mais importante ↑
Pessoas escrevem textos e essa não é uma tarefa simples. Por isso é importante que as ferramentas de redação e revisão tenham os autores (não os leitores) como destinatários, respeitando o seu modo de trabalhar.
Quase nunca as barreiras à escrita são visíveis, até serem descobertas. Nesse cenário, quanto mais confortável for o processo de escrita, mais produtivo o autor será. E isso se aplica, com muito mais ênfase, à tarefa do revisor.
Bem, se você tem a felicidade de contar com um bom revisor, recomendo que aproveite e trabalhe com um programa que seja do domínio dele. Esse fato é mais importante do que a escolha de qualquer ferramenta, principalmente se você tiver a chance de discutir seu texto pessoalmente.
O que esperava com este post, além de enaltecer o papel do revisor e das conversas colaterais ao texto, era apenas contextualizar algumas ferramentas voltadas à redação colaborativa.
Ainda que nenhum dos programas mencionados sejam a solução definitiva para o problema da escrita em colaboração, servem para ampliar seu rol de referências e auxiliar na escolha das ferramentas essenciais para o fluxo de trabalho que você vier a construir. Boa escrita!