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Como fazer uma capa para o seu ebook
Lista de aplicativos para quem não sabe (ou não quer) desenhar
Partindo do princípio de que seu livro não precisa se destacar pela capa bonita (na verdade, a meta é não se destacar pela capa feia), quais são as alternativas para fazer uma capa para ebook de forma fácil e barata?
A resposta rápida é usando o Canva ou qualquer um de seus concorrentes.
Cheguei a testar alguns aplicativos dedicados a criação de capas para ebook, mas nada se compara à usabilidade que o Canva e seus concorrentes alcançaram. Acho, contudo, que todos eles tendem a oferecer modelos voltados a livros de ficção, de modo que minha busca por um template mais técnico foi um pouco frustrante.
Um dos meus aplicativos preferidos é o Dysigner, pois sua coleção é enorme. Garimpando, você consegue encontrar alguns modelos gratuitos muito bonitos:
A coleção do Visme é pequena, mas conta com algumas capas com visual mais corporativo. É como se o foco do Visme fosse em relatórios empresariais, não tanto em ebook:
O Crello tem muita diversidade de modelos com boa qualidade:
O Creatopy tem uma coleção pequena, mas bem organizada:
Já o Snappa tem, na minha opinião, um visual de menor qualidade. É como se suas capas, em sua maioria, fossem adaptações de posts genéricos:
O Pixelied tem um acervo pequeno, mas que vale a citação. Talvez por ser uma alternativa mais nova o acervo esteja em crescimento, o que é mais um motivo para acompanhar esse site:
No mais, achei que o Fotor, Stencil, Designbold e Lucidpress têm poucas opções. Talvez não seja o foco dessas ferramentas.
Quem sabe esse tipo de aplicativo já tenha tantos clones que tenhamos chegado a um ponto de dizer que existe o Canva e existem os outros. Mas, em se tratando de capa de ebook, você só precisa encontrar um design que atenda ao seu gosto. Por isso, ter uma lista de aplicativos pode ser bom para dar uma olhada em diferentes acervos, pois sua escolha pode estar em qualquer um deles.
Como fazer uma capa para o seu ebook
Lista de aplicativos para quem não sabe (ou não quer) desenhar
Partindo do princípio de que seu livro não precisa se destacar pela capa bonita (na verdade, a meta é não se destacar pela capa feia), quais são as alternativas para fazer uma capa para ebook de forma fácil e barata?
A resposta rápida é usando o Canva ou qualquer um de seus concorrentes.
Cheguei a testar alguns aplicativos dedicados a criação de capas para ebook, mas nada se compara à usabilidade que o Canva e seus concorrentes alcançaram. Acho, contudo, que todos eles tendem a oferecer modelos voltados a livros de ficção, de modo que minha busca por um template mais técnico foi um pouco frustrante.
Um dos meus aplicativos preferidos é o Dysigner, pois sua coleção é enorme. Garimpando, você consegue encontrar alguns modelos gratuitos muito bonitos:
A coleção do Visme é pequena, mas conta com algumas capas com visual mais corporativo. É como se o foco do Visme fosse em relatórios empresariais, não tanto em ebook:
O Crello tem muita diversidade de modelos com boa qualidade:
O Creatopy tem uma coleção pequena, mas bem organizada:
Já o Snappa tem, na minha opinião, um visual de menor qualidade. É como se suas capas, em sua maioria, fossem adaptações de posts genéricos:
O Pixelied tem um acervo pequeno, mas que vale a citação. Talvez por ser uma alternativa mais nova o acervo esteja em crescimento, o que é mais um motivo para acompanhar esse site:
No mais, achei que o Fotor, Stencil, Designbold e Lucidpress têm poucas opções. Talvez não seja o foco dessas ferramentas.
Quem sabe esse tipo de aplicativo já tenha tantos clones que tenhamos chegado a um ponto de dizer que existe o Canva e existem os outros. Mas, em se tratando de capa de ebook, você só precisa encontrar um design que atenda ao seu gosto. Por isso, ter uma lista de aplicativos pode ser bom para dar uma olhada em diferentes acervos, pois sua escolha pode estar em qualquer um deles.
Exportando seu ebook do Scrivener em Markdown
Como transformar textos longos em arquivos pequenos para publicação online
O Scrivener está entre os editores de texto mais aclamados e isso é justificável. Mas, sendo um editor de escrita com formatação, como fazer quando você deseja publicar em uma plataforma com suporte exclusivo para Markdown?
A boa notícia é que o Scrivener conta com a funcionalidade de exportação de arquivos (Files>>Export>>Files>>Export text files as .md). O resultado é que ele transforma cada tópico do seu sumário em um arquivo diferente. A tela de diálogo é a seguinte:
Especificamente no meu caso não escrevo muito mais no Scrivener, pois optei por usar Markdown sempre que possível. Mas ainda uso a ferramenta para converter e processar textos em alguns casos. Um desses casos ocorre justamente quando desejo transformar um arquivo grande em outros menores manualmente, utilizando a função "split" (Documents>>Split) do Scrivener.
Até onde vai meu conhecimento o único outro editor que tem essa função com acionamento manual é o Ulysses. Sei também que, para quem trabalha com linha de comando no terminal, é possível usar o "gcsplit". No entanto, para edição esporádica, acho que não é necessário assinar o Ulysses nem se aventurar em comandos de Linux.
O vídeo seguinte ilustra como é possível fazer isso importando ao Scrivener um arquivo grande, separando manualmente os novos capítulos com a ferramenta de "split" e, depois, exportando tudo em Markdown com arquivos separados.
Com essa abordagem, fica bastante prático preparar os capítulos para publicação em outras ferramentas, como é o caso do Leanpub. Afinal, no plano gratuito, a edição do Leanpub precisa ser feita pelo navegador, onde não existe uma atalho disponível para isso. Com isso, se o seu livro for pequeno, talvez o melhor caminho seja usar o copiar e colar, criando cada capítulo também manualmente.
Mas se você tiver um livro grande ou pretender fazer essa tarefa de forma rotineira, a preparação da publicação com essa abordagem pode ser mais produtiva. Isso vale tanto para a publicação integral do ebook no Leanpub, por exemplo, ou para a publicação autônoma dos capítulos no seu blog. Para ambos os cenários você terá que fragmentar seu texto, de modo que a rotina é a mesma.
Assim, além de ser um bom editor, o Scrivener serve também para preparar textos para publicação, pois foi concebido para desempenhar uma parte do seu processo de escrita apenas. Esse é o tipo de funcionalidade que, infelizmente, não veremos ser implementada no Word, pois não se trata de um software pensado para atuar de forma integrada com seus outros aplicativos.
Eu sempre considerei o Scrivener o melhor editor no quesito importação. Faz parte da sua proposta de valor organizar qualquer projeto grande a partir da importação de diversas fontes. Isso já é suficiente para que ele seja tão aclamado como é. Mas o que estamos vendo agora é que os desenvolvedores do Scrivener não se esqueceram também de oferecer formas robustas de exportação.
Isso faz do aplicativo uma ferramenta muito versátil, seja para quem escreve dentro do Scrivener ou para quem usa suas funcionalidades na transformação de textos escritos em outros ambientes.
Exportando seu ebook do Scrivener em Markdown
Como transformar textos longos em arquivos pequenos para publicação online
O Scrivener está entre os editores de texto mais aclamados e isso é justificável. Mas, sendo um editor de escrita com formatação, como fazer quando você deseja publicar em uma plataforma com suporte exclusivo para Markdown?
A boa notícia é que o Scrivener conta com a funcionalidade de exportação de arquivos (Files>>Export>>Files>>Export text files as .md). O resultado é que ele transforma cada tópico do seu sumário em um arquivo diferente. A tela de diálogo é a seguinte:
Especificamente no meu caso não escrevo muito mais no Scrivener, pois optei por usar Markdown sempre que possível. Mas ainda uso a ferramenta para converter e processar textos em alguns casos. Um desses casos ocorre justamente quando desejo transformar um arquivo grande em outros menores manualmente, utilizando a função "split" (Documents>>Split) do Scrivener.
Até onde vai meu conhecimento o único outro editor que tem essa função com acionamento manual é o Ulysses. Sei também que, para quem trabalha com linha de comando no terminal, é possível usar o "gcsplit". No entanto, para edição esporádica, acho que não é necessário assinar o Ulysses nem se aventurar em comandos de Linux.
O vídeo seguinte ilustra como é possível fazer isso importando ao Scrivener um arquivo grande, separando manualmente os novos capítulos com a ferramenta de "split" e, depois, exportando tudo em Markdown com arquivos separados.
Com essa abordagem, fica bastante prático preparar os capítulos para publicação em outras ferramentas, como é o caso do Leanpub. Afinal, no plano gratuito, a edição do Leanpub precisa ser feita pelo navegador, onde não existe uma atalho disponível para isso. Com isso, se o seu livro for pequeno, talvez o melhor caminho seja usar o copiar e colar, criando cada capítulo também manualmente.
Mas se você tiver um livro grande ou pretender fazer essa tarefa de forma rotineira, a preparação da publicação com essa abordagem pode ser mais produtiva. Isso vale tanto para a publicação integral do ebook no Leanpub, por exemplo, ou para a publicação autônoma dos capítulos no seu blog. Para ambos os cenários você terá que fragmentar seu texto, de modo que a rotina é a mesma.
Assim, além de ser um bom editor, o Scrivener serve também para preparar textos para publicação, pois foi concebido para desempenhar uma parte do seu processo de escrita apenas. Esse é o tipo de funcionalidade que, infelizmente, não veremos ser implementada no Word, pois não se trata de um software pensado para atuar de forma integrada com seus outros aplicativos.
Eu sempre considerei o Scrivener o melhor editor no quesito importação. Faz parte da sua proposta de valor organizar qualquer projeto grande a partir da importação de diversas fontes. Isso já é suficiente para que ele seja tão aclamado como é. Mas o que estamos vendo agora é que os desenvolvedores do Scrivener não se esqueceram também de oferecer formas robustas de exportação.
Isso faz do aplicativo uma ferramenta muito versátil, seja para quem escreve dentro do Scrivener ou para quem usa suas funcionalidades na transformação de textos escritos em outros ambientes.
Publicando um ebook no aplicativo do Leanpub
Como gerar um ebook a partir de um texto em Markdown de forma gratuita
O Leanpub é uma loja de ebooks que também oferece um bom serviço para escrita e transformação textos em formato compatível com os leitores de livros eletrônicos. É difícil dizer o quanto do seu manifesto inicial permanece na versão atual da empresa, mas o Leanpub segue fiel ao uso de ferramentas leves e voltadas à publicação imediata do seu texto.
Isso termina atraindo uma comunidade de autores de exatas, especialmente considerando que o Leanpub estimula o uso de ferramentas de controle de versão que são utilizadas praticamente apenas por programadores. Mas seria possível publicar um livro de humanas (ou quase) no Leanpub? Sim, desde que você esteja disposto a escrever em Markdown.
Mesmo que você não esteja acostumado com a escrita em Markdown, existem formas de contornar esse obstáculo. A opção mais natural para isso seria utilizar o próprio importador do Leanpub, que exige apenas que a formatação atenda a alguns requisitos. Se você preferir usar diretamente o próprio Word instalado no seu computador, será necessário um add-in. Infelizmente, o único add-in de conversão nativo que conheço, chamado Writage, é pago e só funciona em Windows.
Caso as alternativas descritas não tenham funcionado para você, talvez seja melhor utilizar o Typora, que é um ótimo editor e conversor. O Typora está disponível para todas as plataformas e é gratuito enquanto durar sua fase beta. O melhor dessa opção é que ela pode servir ao seu ingresso no mundo Markdown com mais conforto, pois se trata de um programa offline com ótima usabilidade.
Embora eu tenha o Typora instalado no meu computador, como usuário de Mac, tive a opção de instalar também PanWriter, um conversor open source muito poderoso. Na verdade, uso PanWriter apenas para as conversões longas e complicadas. Mas, para a finalidade deste post, será utilizada uma extensão simples e gratuita para Chrome, que converte o texto exibido no navegador em Markdown, chamada MarkDownload.
Ou seja, existem opções de conversor para todos os gostos e ficaremos aqui com a forma a mais simples para fim de demonstração.
Uma vez que tenha capturado o texto em Markdown (qualquer que seja sua fonte), é hora de colar o conteúdo no aplicativo do Leanpub. Para isso é necessário se cadastrar e depois criar um livro. O plano gratuito permite a criação de cem livros, mas não permite a escrita offline, nem exportações mais sofisticadas. No meu modo de ver, o plano gratuito é bastante generoso e suficiente para a demonstração da proposta do Leanpub. Na verdade, considero que um plano limitado a cem livros é, na prática, ilimitado.
O Leanpub tem ótimo suporte para livros em português e essa é uma enorme vantagem sobre opções como o Reedsy. Com certeza o Reedsy merece um review próprio, bastando aqui a referência de que, apesar de ser um ótimo aplicativo, só serve para livros em inglês. É muito importante destacar essa caraterística para que você não descubra tarde demais que sua escolha não tem suporte para livros em português.
Voltando ao Leanpub, logo após criar o título e o endereço do seu livro, o sistema exibirá a tela do editor de texto. A interface é bastante minimalista e não impede você de começar a escrever sem pensar muito. A barra da esquerda contém a lista dos capítulos do seu livro (1), a ferramenta de upload de arquivos (2), em uma lista de links para os principais pontos da documentação (3). Já a barra superior (4) indica cada uma das atividades de interesso do autor, entre as quais destaco a aba de versionamento, onde você pode encontrar o histórico de versões do seu livro desde o início do seu processo de escrita.
Nesse ponto você já se anima, pois o livro começa a tomar forma. Mas também percebe que o Leanpub exige a leitura de várias páginas de documentação, pois são inúmeras as funcionalidades. Isso decorre das escolhas das tecnologias utilizadas, que, por sua vez, viabilizam uma plataforma muito poderosa e aberta. A título de exemplo, listo as opções da aba de versionamento.
A exportação no formato InDesign (1) é uma função disponível apenas para as contas pagas. Particularmente não vejo problema nisso, pois edições básicas podem ser feitas no próprio Leanpub gratuitamente. O que está em jogo, para os usuários gratuitos, é basicamente evitar que seu livro seja editado em Word, de modo que a edição dentro do Leanpub já representa um avanço.
Editar no InDesign é realmente algo que está além do alcance do usuário gratuito, pois atingiu seu objetivo ao evitar usar o Word. Essa é nossa meta realista.
Quanto ao versionamento propriamente dito, trata-se de um dos pilares do sistema (2), o que faz do Leanpub uma ótima opção para livros técnicos que vão amadurecendo com o tempo. Por esse motivo, a título de exemplo, o Leanpub não parece a melhor opção para um romance (ou qualquer outro tipo de escrita) que não seja aprimorada ao longo de suas edições.
Sobre o fechamento de cada edição, basta um clique para que o Leanpub gere novas versões do seu livro em pdf, epub, mobi e também para leitura online (3). A qualidade gráfica do modelo do sistema já é muito boa e você percebe imediatamente se que se trata de uma solução profissional, o que inclui: ficha catalográfica, sumário, paginação, cabeçalho, estilos, etc. Tudo isso é gerado com bastante facilidade.
Aliás, muitas vezes só pensamos nesses elementos quando vamos gerar um ebook pela primeira vez, mas a verdade é que são fundamentais para que o leitor perceba o valor contido no livro. Não fosse por esses elementos, seria mais prático simplesmente gerar o livro em um aplicativo de conversão de documentos. No fim, o que pretendemos é que o livro não seja percebido como um mero documento, e sim como um volume cuidadosamente elaborado e composto de diversos elementos pré-textuais e textuais também.
Dando sequência ao review, se a opção (1) da aba de versionamento, anteriormente mencionada, é referente à diagramação profissional no InDesign, a opção (4) é uma alternativa de edição voltada à impressão profissional. Com o formato print-ready, o pdf gerado pode ser impresso ou enviado para serviços como Lulu ou Amazon KDP. Essa versão de pdf, cujo objetivo é ser transformado num volume de papel, tem algumas características específicas, tais como: ausência de capa, preparação da numeração e margens em frente e verso, etc.
Pessoalmente, não tenho interesse nesse serviço, mas sua existência é um ponto positivo e demonstra que o Leanpub não pretende manter seu livro somente dentro de sua loja digital. Por esse mesmo motivo, o aplicativo oferece uma opção de exportação do seu livro sem a própria marca do Leanpub (7) e até mesmo a exportação do próprio html.
É realmente interessante como o aplicativo permite substituir cirurgicamente algumas das atividades editorais, ao gosto do autor.
Alternativamente, o Leanpub pode substituir todas as fases da edição também, da escrita à venda, mas não impõe isso ao autor. Nessa linha, permite tonar pública a versão atual do livro com apenas um clique (6). Ao longo desse processo, o aplicativo acompanha toda rotina de publicação com um checklist, lembrando o autor de incluir alguns textos de marketing, notificações, classificações e, é claro, o preço do livro. Tudo isso fará parte da página de divulgação de cada publicação.
Não podemos nos esquecer que o Leanpub é essencialmente uma loja de livros digitais, embora forneça também uma versão gratuita do editor. Por isso, aqui e ali, o Leanpub dará algum empurrãozinho para que o autor coloque sua obra à venda. Isso não afeta negativamente o processo de escrita, que é bastante reservado no ambiente do editor.
Fiquei feliz com o resultado preliminar da publicação, mas percebi que é importante também explorar configurações adicionais para que o melhor resultado seja alcançado. Isso é assunto para o próximo post, no qual tratarei de assuntos como capa, indexação, registro de ISBN, etc.
Por enquanto, o que demonstramos foi a viabilidade de escrever um livro em Markdown gratuitamente, colocando a publicação à venda ou simplesmente distribuindo seu livro sem cobrar nada por isso.
Até breve!
Publicando um ebook no aplicativo do Leanpub
Como gerar um ebook a partir de um texto em Markdown de forma gratuita
O Leanpub é uma loja de ebooks que também oferece um bom serviço para escrita e transformação textos em formato compatível com os leitores de livros eletrônicos. É difícil dizer o quanto do seu manifesto inicial permanece na versão atual da empresa, mas o Leanpub segue fiel ao uso de ferramentas leves e voltadas à publicação imediata do seu texto.
Isso termina atraindo uma comunidade de autores de exatas, especialmente considerando que o Leanpub estimula o uso de ferramentas de controle de versão que são utilizadas praticamente apenas por programadores. Mas seria possível publicar um livro de humanas (ou quase) no Leanpub? Sim, desde que você esteja disposto a escrever em Markdown.
Mesmo que você não esteja acostumado com a escrita em Markdown, existem formas de contornar esse obstáculo. A opção mais natural para isso seria utilizar o próprio importador do Leanpub, que exige apenas que a formatação atenda a alguns requisitos. Se você preferir usar diretamente o próprio Word instalado no seu computador, será necessário um add-in. Infelizmente, o único add-in de conversão nativo que conheço, chamado Writage, é pago e só funciona em Windows.
Caso as alternativas descritas não tenham funcionado para você, talvez seja melhor utilizar o Typora, que é um ótimo editor e conversor. O Typora está disponível para todas as plataformas e é gratuito enquanto durar sua fase beta. O melhor dessa opção é que ela pode servir ao seu ingresso no mundo Markdown com mais conforto, pois se trata de um programa offline com ótima usabilidade.
Embora eu tenha o Typora instalado no meu computador, como usuário de Mac, tive a opção de instalar também PanWriter, um conversor open source muito poderoso. Na verdade, uso PanWriter apenas para as conversões longas e complicadas. Mas, para a finalidade deste post, será utilizada uma extensão simples e gratuita para Chrome, que converte o texto exibido no navegador em Markdown, chamada MarkDownload.
Ou seja, existem opções de conversor para todos os gostos e ficaremos aqui com a forma a mais simples para fim de demonstração.
Uma vez que tenha capturado o texto em Markdown (qualquer que seja sua fonte), é hora de colar o conteúdo no aplicativo do Leanpub. Para isso é necessário se cadastrar e depois criar um livro. O plano gratuito permite a criação de cem livros, mas não permite a escrita offline, nem exportações mais sofisticadas. No meu modo de ver, o plano gratuito é bastante generoso e suficiente para a demonstração da proposta do Leanpub. Na verdade, considero que um plano limitado a cem livros é, na prática, ilimitado.
O Leanpub tem ótimo suporte para livros em português e essa é uma enorme vantagem sobre opções como o Reedsy. Com certeza o Reedsy merece um review próprio, bastando aqui a referência de que, apesar de ser um ótimo aplicativo, só serve para livros em inglês. É muito importante destacar essa caraterística para que você não descubra tarde demais que sua escolha não tem suporte para livros em português.
Voltando ao Leanpub, logo após criar o título e o endereço do seu livro, o sistema exibirá a tela do editor de texto. A interface é bastante minimalista e não impede você de começar a escrever sem pensar muito. A barra da esquerda contém a lista dos capítulos do seu livro (1), a ferramenta de upload de arquivos (2), em uma lista de links para os principais pontos da documentação (3). Já a barra superior (4) indica cada uma das atividades de interesso do autor, entre as quais destaco a aba de versionamento, onde você pode encontrar o histórico de versões do seu livro desde o início do seu processo de escrita.
Nesse ponto você já se anima, pois o livro começa a tomar forma. Mas também percebe que o Leanpub exige a leitura de várias páginas de documentação, pois são inúmeras as funcionalidades. Isso decorre das escolhas das tecnologias utilizadas, que, por sua vez, viabilizam uma plataforma muito poderosa e aberta. A título de exemplo, listo as opções da aba de versionamento.
A exportação no formato InDesign (1) é uma função disponível apenas para as contas pagas. Particularmente não vejo problema nisso, pois edições básicas podem ser feitas no próprio Leanpub gratuitamente. O que está em jogo, para os usuários gratuitos, é basicamente evitar que seu livro seja editado em Word, de modo que a edição dentro do Leanpub já representa um avanço.
Editar no InDesign é realmente algo que está além do alcance do usuário gratuito, pois atingiu seu objetivo ao evitar usar o Word. Essa é nossa meta realista.
Quanto ao versionamento propriamente dito, trata-se de um dos pilares do sistema (2), o que faz do Leanpub uma ótima opção para livros técnicos que vão amadurecendo com o tempo. Por esse motivo, a título de exemplo, o Leanpub não parece a melhor opção para um romance (ou qualquer outro tipo de escrita) que não seja aprimorada ao longo de suas edições.
Sobre o fechamento de cada edição, basta um clique para que o Leanpub gere novas versões do seu livro em pdf, epub, mobi e também para leitura online (3). A qualidade gráfica do modelo do sistema já é muito boa e você percebe imediatamente se que se trata de uma solução profissional, o que inclui: ficha catalográfica, sumário, paginação, cabeçalho, estilos, etc. Tudo isso é gerado com bastante facilidade.
Aliás, muitas vezes só pensamos nesses elementos quando vamos gerar um ebook pela primeira vez, mas a verdade é que são fundamentais para que o leitor perceba o valor contido no livro. Não fosse por esses elementos, seria mais prático simplesmente gerar o livro em um aplicativo de conversão de documentos. No fim, o que pretendemos é que o livro não seja percebido como um mero documento, e sim como um volume cuidadosamente elaborado e composto de diversos elementos pré-textuais e textuais também.
Dando sequência ao review, se a opção (1) da aba de versionamento, anteriormente mencionada, é referente à diagramação profissional no InDesign, a opção (4) é uma alternativa de edição voltada à impressão profissional. Com o formato print-ready, o pdf gerado pode ser impresso ou enviado para serviços como Lulu ou Amazon KDP. Essa versão de pdf, cujo objetivo é ser transformado num volume de papel, tem algumas características específicas, tais como: ausência de capa, preparação da numeração e margens em frente e verso, etc.
Pessoalmente, não tenho interesse nesse serviço, mas sua existência é um ponto positivo e demonstra que o Leanpub não pretende manter seu livro somente dentro de sua loja digital. Por esse mesmo motivo, o aplicativo oferece uma opção de exportação do seu livro sem a própria marca do Leanpub (7) e até mesmo a exportação do próprio html.
É realmente interessante como o aplicativo permite substituir cirurgicamente algumas das atividades editorais, ao gosto do autor.
Alternativamente, o Leanpub pode substituir todas as fases da edição também, da escrita à venda, mas não impõe isso ao autor. Nessa linha, permite tonar pública a versão atual do livro com apenas um clique (6). Ao longo desse processo, o aplicativo acompanha toda rotina de publicação com um checklist, lembrando o autor de incluir alguns textos de marketing, notificações, classificações e, é claro, o preço do livro. Tudo isso fará parte da página de divulgação de cada publicação.
Não podemos nos esquecer que o Leanpub é essencialmente uma loja de livros digitais, embora forneça também uma versão gratuita do editor. Por isso, aqui e ali, o Leanpub dará algum empurrãozinho para que o autor coloque sua obra à venda. Isso não afeta negativamente o processo de escrita, que é bastante reservado no ambiente do editor.
Fiquei feliz com o resultado preliminar da publicação, mas percebi que é importante também explorar configurações adicionais para que o melhor resultado seja alcançado. Isso é assunto para o próximo post, no qual tratarei de assuntos como capa, indexação, registro de ISBN, etc.
Por enquanto, o que demonstramos foi a viabilidade de escrever um livro em Markdown gratuitamente, colocando a publicação à venda ou simplesmente distribuindo seu livro sem cobrar nada por isso.
Até breve!
Ferramentas de comentário para instalar no seu blog
Comparativo das alternativas ao Disqus e minha experiência com o Commento
Embora existam diversas alternativas de ferramenta de comentário disponíveis no mercado, se você optou por ter um blog no Ghost (como este), praticamente sua única opção gratuita é o Disqus. Mas, como ele exibe anúncios ou cobra USD 12 por mês para a versão sem publicidade, não é a minha escolha.
O Disqus é bastante completo, o que certamente é uma virtude. No entanto, pode ser que ele exiba tantas funcionalidades que o seu conteúdo fique em segundo plano. Por exemplo, o Disqus tem (1) um carrossel para exibir posts do seu blog e publicidade; (2) uma caixa de opções para reações no estilo emoji; (3) um formulário para postar sua mensagem; e muito mais. Tudo isso é exibido antes que você veja os próprios comentários:
A posição de liderança do Disqus fica fortalecida se considerarmos que são poucas as alternativas com interface em português. Imagino que a principal alternativa em português seja o sistema de comentários do Facebook. Mas imagino também que, se você procura uma alternativa ao Disqus, muito provavelmente está evitando o Facebook pelas mesmas razões.
Ainda que não tenha interface em português, o Commentbox ao menos é minimalista ao ponto de o idioma da interface tornar-se algo secundário. Além disso, é uma das poucas ferramentas que oferecem um plano gratuito (até 100 comentários por mês). É claro que sempre achamos que nosso blog vai ter muitos comentários, o quem nem sempre se confirma.
Então começar pelo Commentbox é uma estratégia inteligente, especialmente se considerarmos que ele permite instalar uma solução gratuita, leve e bonita em "cinco minutos". Nenhuma das alternativas que testei foi tão fácil de instalar.
Caso prefira manter a instalação de uma ferramenta minimalista open source, a melhor opção parece ser o Remark42. O que chama atenção nessa alternativa é que o suporte para tradução tem bastante destaque em sua proposta. Até onde pude pesquisar, trata-se da única alternativa open source com suporte a dezesseis idiomas. Infelizmente, ninguém ainda contribuiu com a tradução para português, mas isso é o mais perto que chegamos de ter uma ferramenta de comentários realmente aberta a diversas traduções.
No que concerne ao Ghost, nos últimos tempos, passou a concorrer no mercado uma alternativa exclusiva para plataforma, chamada Cove. É uma solução muito elegante, especialmente por ser integrado ao Ghost. Em razão disso, dispensa um login adicional e oferece a melhor experiência que encontrei. Mas isso tem um preço, que é de aproximadamente USD 10 por mês. Minha impressão é que o Cove é a melhor solução para quem está ganhando dinheiro com seu blog e, por isso, faz questão de oferecer a melhor experiência disponível.
Muitos usuários do Ghost utilizam o Hyvor Talk em busca de uma solução de bom custo-benefício, com planos a partir de USD 5 por mês. Pessoalmente não gosto do visual do aplicativo na versão padrão, mas aparenta ser uma opção robusta. Talvez seja uma opção adequada para quem busca um visual mais informal e divertido.
Na mesma faixa de preço, existe o FastComments, que tem um visual mais neutro e suporte para tradução automática em sete idiomas:
Para quem considera manter também um fórum (além da própria ferramenta de comentários), o Talkyard oferece uma solução híbrida (de comentários e de fórum em um só produto) a um preço competitivo. O aplicativo custa pouco mais de USD 2 por mês. Não testei o Talkyard, mas fiquei muito curioso, pois tem uma proposta muito diferente da concorrência, além de ser open source. Para que se tenha uma ideia do preço de um concorrente mais tradicional, o Muut custa, no mínimo USD 16 por mês e oferece ferramenta semelhante.
É muito honesta a proposta do Talkyard ao reconhecer que você só vai precisar de um fórum no dia que a sua comunidade não couber mais nos comentários do blog. Só pela honestidade já dá vontade de testar o produto. Outro aspecto interessante é que ele segue bastante o visual do Discourse, que é a principal ferramenta de fóruns mais robustos. Infelizmente, também é parecido com o Discourse no uso de recursos, pois são fóruns robustos, e não meras ferramentas de comentário.
Isso termina encarecendo muito a hospedagem do Talkyard open source, a ponto de provavelmente se tornar um fator impeditivo de sua adoção. Em contraste, os planos pagos, oferecidos pela própria Talkyard, são bastante acessíveis e talvez assim instalar o serviço no seu próprio servidor não seja a opção mais barata.
Durante um tempo, após considerar todas essas opções, cheguei a usar o Commento. Realmente gosto do visual e da performance da ferramenta. Mas sua manutenção open source terminou se mostrando onerosa, especialmente porque a instalação demanda muita configuração. Mesmo as orientações mais simples que encontrei ainda demandam o domínio de vários prerrequisitos. Por isso não vejo o Commento como uma alternativa muito conveniente para a maioria das pessoas.
Além disso, na versão open source, você não se desonera de manter um serviço de notificações por email. Assim, a manutenção terminou sendo alta e hoje não mais utilizo a ferramenta.
Apesar da ajuda fornecida pela comunidade, é provável que você encontre percalços na instalação do Commento. O que quero dizer é que não basta que o aplicativo seja open source. É necessário também que sua instalação não represente uma barreira, tanto em termos de custo, quanto em termos técnicos. E o que eu percebi é que a instalação do Commento é realmente complexa para um leigo.
A alternativa a instalar e manter o aplicativo, por seus próprios meios, seria assinar o serviço do Commento, que custa USD 10 por mês. O valor está em linha com o cobrado pelos concorrentes, mas para mim ainda é caro:
Outro ponto desfavorável do Commento é que não conta com uma versão em português. O pior é que realmente não vejo perspectiva que o produto venha a ser traduzido, pois o desenvolvedor já se manifestou dizendo que isso não é uma prioridade para ele. Sabemos que existem vantagens e desvantagens de usar um software de um desenvolvedor independente. No caso, seu desinteresse pelo português pode criar uma barreira intransponível para potenciais usuários.
A única coisa certa é que, por mais que eu sinta que minha busca não tenha se encerrado, não preciso mais voltar ao Disqus. E isso já me satisfaz.
A ferramenta de revisão de texto para usar uma vez na vida
ProWritingAid é uma alternativa ao Grammarly, só que mais caro. Vale?
Se você vai escrever seu trabalho de conclusão de curso (ou mesmo uma dissertação), de algum modo, é algo que fará "uma vez na vida". E isso é bastante incompatível com assinar um aplicativo de revisão que te cobre todo mês.
Se esse é seu caso, acho que vale usar o trial do ProWritingAid, mesmo que seja um aplicativo sem suporte para português. É que o ProWritingAid tem alguns relatórios de revisão de texto muito interessantes que funcionam independentemente do idioma, especialmente o que encontra frases repetidas e o que mede o cumprimento das frases.
Só isso já coloca seu texto em outro nível, pois impede a repetição de períodos e palavras em várias passagens, além de alertar para parágrafos que tenham se tornado incompreensíveis por seu tamanho. O site da ferramenta assim descreve essas funcionalidades:
Mas veja que meu conselho é usar o trial, já que a compra tem um argumento contrário muito eloquente: o preço. Se você assinar um mês apenas, vai gastar pelo menos USD 20. E isso não inclui a busca por plágio, que de todo modo não serviria para quase nada, já que a ferramenta só checa plágio em inglês.
Então a recomendação que faço é que use uma vez na vida somente, pois a redação da sua monografia é um momento muito importante para não contar com revisão. Caso queira fazer uso frequente de uma ferramenta semelhante e gratuita, o Hemingway é a opção mais adequada, desde que seja para verificações rápidas. Reforço que o ProWritingAid tem o diferencial de oferecer relatórios mais robustos que a concorrência e que, no meu modo de ver, tem uma abordagem única ao problema que busca resolver.
Isso se aplica a quem escreve em inglês? Não. Afinal, para quem escreve em inglês existem alternativas mais em conta e com boa capacidade, como o Ginger, o PerfectIt, o Linguix, o Trinka e o Grammarly, que é o líder de mercado:
E quais as opções gratuitas para português? Sempre existirá o Word, que não te cobra nada mais por uma revisão de grafia e gramática básica. Do mesmo modo existe o Chrome, se você escreve no navegador. Além disso, a Microsoft está investindo no Editor, uma verdadeira ameaça a todos os programas que mencionei, principalmente por vir incluído no pacote do Microsoft 365 com as mesmas funcionalidades das alternativas pagas.
Assim, a missão do Microsoft Editor parece mesmo ser a de matar o Grammarly, mantendo o império Office livre de ameaças. E só mesmo a Microsoft pode se organizar a ponto de oferecer um produto robusto para o mercado brasileiro, considerando o preço atual do dólar, sua tradição e onipresença.
Enquanto isso, o LanguageTool corre por fora, oferecendo uma solução que teoricamente funciona em português, mas que me parece um pouco limitada. O funcionamento da extensão em si e do quadro de revisão é muito boa, mas as sugestões não me acrescentam muito.
Em síntese, para quem escreve em inglês, o carro-chefe das ferramentas pagas é uma revisão que vai além da grafia e da gramática, incluindo sugestões de clareza e estilo. O argumento de venda de todos eles parece ser um só e bastante terrorista: "não mande um e-mail inadequado para o seu chefe, pois isso custaria ainda mais caro".
Já para quem escreve em português a ameaça é ainda maior: não existe ainda uma ótima opção. Por enquanto, a saída para os usuários da Microsoft é continuar usando o Word e o Editor. E para quem escreve no navegador, pode usar o corretor do Chrome ou o LanguageTool, apesar de suas limitações.
Para concluir: use o que você tem. Quero dizer, isso se aplica ao dia a dia, adicionando os relatórios do Hemingway ou do trial do ProWritingAid para revisões daqueles textos longos e escritos apenas uma vez na vida.