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Aplicativo de notas vs. Base de conhecimento: qual é o melhor?
Comparativo entre aplicativos promissores e alternativas tradicionais para a gestão do seu conhecimento.
Documentos vs. bases de dados
Já tratei em posts anteriores sobre como uso notas e outlines para facilitar meu processo de escrita. Tratei também dos editores de texto que uso em diferentes circunstâncias, sempre comparando opções disponíveis para Mac:
E hoje quero cuidar de um assunto diferente, relacionado a como guardar e recuperar a informação que você gera.
Muitas pessoas são totalmente passivas em relação à formação da sua base de conhecimento, deixando que as informações se acumulem no seu Whatsapp, Gmail, etc. Com isso, não chegam nem a saber onde procurar quando precisam de uma informação. Nada mais previsível, pois chat e email não são bases de conhecimento.
A rigor, aplicativos de base de conhecimento, como o DEVONthink, Yojimbo e EagleFiler, coletam, organizam e permitem a recuperação dos documentos do seu computador. Esse tipo de aplicativo é bastante caro e não se encaixa no meu fluxo de trabalho. A principal razão é que venho abandonando a organização de documentos e pastas para me concentrar bases de dados que, eventualmente, apontem para documentos.
O problema dos documentos
Vamos começar de um problema que pode ser bastante crítico: a busca em diversos pdfs. Não acho que seja necessário aderir a uma base de conhecimento tão cara como o DEVONthink somente para desempenhar essa função. Se esse realmente for um problema central para você, recomendo usar o PDF Search (pois é menos caro, USD 40). E, ao que me recordo, o Mendeley seria uma opção gratuita para isso.
Mas o que realmente me pergunto é se isso seria necessário para a maioria das pessoas. Suponho que a busca do próprio Mac (Spotlight) seja suficiente para quase todo mudo, pois a busca em pdfs é nativa. Então esse é um ponto que me parece superado.
Se você - como eu - escreve em markdown terá bases de conhecimentos nativas dos editores de texto. Ainda que assim não fosse, markdown é texto puro facilmente recuperável de toda forma. Aliás, essa é uma das razões para não escrever em Word, fazendo escolhas por padrões abertos. Assim, até aqui, cobrimos os documentos que você recebeu, escreveu ou encontrou na internet.
O problema das notas
Agora chegamos ao ponto que realmente me interessa, que são as notas. Existem diversos aplicativos de notas que funcionam como verdadeiras bases de conhecimento textuais. Um bom exemplo é o Bear, cuja organização é feita por meio de tags e de uma ferramenta de busca.
E passou a existir também uma nova geração de aplicativos de notas, dentre os quais o Roam Research parece ser o mais badalado. Trata-se de uma proposta bastante sofisticada, centrada na criação de links entre notas:
Infelizmente, o Roam Resarch não aceitou meu convite para ser usuário beta. Mas o aplicativo tem uma demo aberta que permite concluir do que se trata. O conceito do aplicativo é ser um outline com "backlinks". Ou seja, cria links entre diversos pontos da base de conhecimento, permitindo ir e vir entre eles. Essa proposta contrasta com Obsidian, que é um aplicativo de notas com "backlinks".
Além dessa diferença, o Obsidian trabalha com uma pasta local do seu computador (não em um servidor remoto), na qual você deve manter arquivos em markdown. Com essa escolha, você é dono dos seus dados.
Realmente é uma proposta corajosa do ponto de vista do negócio, uma vez que não será preciso pagar nenhuma assinatura para usar o aplicativo. Ao que tudo indica, serão pagos somente serviços opcionais de criptografia, controle de versão, hospedagem, publicação e edição colaborativa.
Com tudo isso, o Obsidian me pareceu supeior ao Roam Research em todos os pontos, inclusive em termos de interface. Segue um exemplo de como você pode dividir sua tela abrindo o mesmo documento em múltiplas janelas e em diferentes pontos. Realmente, me parece um aplicativo muito promissor.
Conclusão
As bases de conhecimento tradicionais são organizadas para gerenciar documentos. Embora reconheça o valor dessa abordagem, tenho melhores resultados organizando notas em um nível mais granular. Por isso recomendo utilizar um aplicativo de notas para montar sua base de conhecimento e, atualmente, o Obsidian me parece a melhor alternativa.
Entendo, contudo, que minha abordagem possa ter sido muito radical, pois exige trabalhar com arquivos em markdown e sem um serviço de sincronia ou hospedagem. Se esse é o seu caso, talvez queira optar por um aplicativo de uso mais cômodo, com organização centrada nas tags (caso do Bear) ou com interface mais rica (caso do Notion).
Além dessas opções com bons planos gratuitos, existem inúmeros aplicativos: Archbee, Confluence, Gitbook e Nuclino, entre outros. Com esses termos na mão, você poderá fazer sua própria pesquisa no Google. Mas acho que a tendência é que essas ferramentas atendam muito mais às demandas de wikis corporativos do que de uma base de conhecimento pessoal.
E, quanto o assunto é base de conhecimento pessoal, é muito mais importante ter velocidade e profundidade nos relacionamentos do que uma interface rica. Nesse caso, realmente, beleza não põe mesa.
PS: Se você está tão animado quanto eu, veja o vídeo de Matt Laker sobre o assunto e ele confirmará tudo isso que estou dizendo aqui:
Minha lista de editores de texto
Lista dos editores de texto que mais gosto, separados por complexidade e preço.
Bem, antes de conhecer comunidades como Research Hacking (organizado por Nicholas Cifuentes-Goodbody), eu poderia até ter vergonha da minha lista de editores de texto.
Mas agora, conhecendo uma série de pessoas que estão diversos níveis acima de mim em termos de organização, venho abrir meu coração e dizer quais são os editores de texto que tenho utilizado. Como podem notar, são vários. 😇
Caso não esteja familiarizado com a proposta de editores em markdown, recomendo um breve vídeo, no qual o já mencionado Cifuentes-Goodbody demonstra as vantagens desse tipo de escrita. Eu concordo com essa abordagem e por isso, sempre que posso, opto por escrever em markdown.
Do mais simples ao mais complexo, utilizo como editor o Sublime, especialmente quando vou editar arquivos em .txt. Sei, contudo, que o Sublime tem diversas funcionalidades bastante avançadas, especialmente para quem escreve em código de computador.
Como meu uso é limitado nessa frente, prefiro ficar com o Sublime apenas para ter um editor a menos, já que minha lista é grande e ele é uma ótima opção também para tarefas simples. Trata-se de um editor bastante versátil, no qual não se sente o peso de muitas funcionalidades, pois elas estão ocultadas na interface, que é bastante limpa.
Do ponto de vista do modelo de negócio, você não é obrigado a pagar pelo Sublime, pois existe uma versão gratuita com trial por tempo indeterminado. O programa apenas alerta, educadamente e de tempos em tempos que, caso queira, é possível comprar uma licença.
Em um grau um pouco mais complexo, uso o Bear. Vejo o Bear como um aplicativo de notas que tem um ótimo sistema de recuperação de informações, especialmente por meio dos seus hashtags aninhados. Isso mesmo: você pode criar uma árvore estruturada de hashtags e navegar nas suas notas por assunto.
Já expliquei, no passado, como organizo no Bear as questões que aplico nas minhas provas. Realmente é um aplicativo muito útil e que já tem muitas funcionalidades em sua versão gratuita. A principal funcionalidade paga é a sincronia de notas entre diversos dispositivos, que é algo que pessoalmente acho dispensável.
Partindo para editores de informação mais estruturada, uso o XMind. Na verdade, não se trata de um editor de texto, e sim de mapas mentais. Então não é propriamente possível compará-lo com os demais editores. Sua versão gratuita é bastante robusta e, para o meu uso, é bastante suficiente.
Por fim, quanto ao XMind, não sinto falta da versão paga, pois sua única funcionalidade exclusiva é o exportador de mapas mentais em .pdf e formatos de imagem. A versão gratuita gera os mesmos arquivos de exportação, mas com uma marca d'água.
No campo dos editores de texto estruturado, o Dynalist é minha opção. Trata-se de um editor de outline, ou seja, de listas estruturadas. A ferramenta de busca é incrível e é possível perceber que o aplicativo está em constante evolução.
Assim como os outros aplicativos mencionados, o Dynalist tem um plano gratuito bastante generoso e as únicas funcionalidades que parecem fazer falta são a marcação de favoritos e o painel de hashtags. Isso não prejudica o uso da versão gratuita, sem dúvida.
Partindo para editores de textos mais longos, uso bastante o iA Writer. É um editor de markdown muito básico, mas extremamente bem acabado. É um software pago e que vale cada centavo, USD 29,90 na versão para Mac e USD 19,90 para Windows. Caso tenha interesse, o desenvolvedor publicou um comparativo bastante completo - e parcial - considerando o Word a Microsoft:
Como o iA Writer é obrigatoriamente pago, deixo uma alternativa gratuita que atende, basicamente, à mesma demanda: o Typora. Aliás, o Typora é um editor muito original e tem um ótimo suporte para tabelas em markdown. Mas esse assunto é tão complexo que demandaria um novo post.
Os últimos dois editores também são pagos e servem para projetos muito complexos, por exemplo, para escrita de um livro.
Ainda no campo da escrita em markdown, uso o Ulysses. Se você resolver assinar o Ulysses (ou seja, o desenvolvedor não trabalha mais vendendo licenças), terá que desembolsar R$ 14,90 por mês. Pessoalmente, acho o valor caro e continuo usando uma versão antiga, que comprei antes que fosse imposto o modelo de assinatura. Ainda assim, ninguém pode deixar de reconhecer a qualidade do Ulysses.
E, no campo dos editores com formatação embutida no texto (ou seja, rich text format), o editor da minha preferência é o Scrivener. Sua versão para Mac custa R$ 184, enquanto a versão para Window custa R$ 169. No meu modo de ver, por não trabalhar com markdown, o Scriver é a evolução natural para os usuários descontentes com o Word da Microsoft.
Em conclusão, existem diversas soluções boas no mercado, com diversos propósitos e preços. A grande questão parecer ser o quanto você está disposto a investir, em termos de tempo e dinheiro, para evitar usar o Word da Microsoft. No meu caso, por saber que as outras opções são ferramentas muito mais vocacionadas para cada missão, só utilizo o Word como última alternativa.
Quantas abas estão abertas agora no seu navegador?
Sempre dou uma olhada nos notebooks dos meus amigos 😬 para saber quantas abas estão abertas no navegador. É muito comum que existam diversas abas, cada uma com um aplicativo web funcionando.
Se você se identifica com isso e é resistente a viver no caos, tudo bem. Mas se você quer ter um pouco mais de foco e rotina no seu trabalho, vou dar algumas sugestões para vencer a proliferação de abas do seu navegador de internet.
Toby: o gestor de favoritos ↑
Free para uso pessoal. Pago para equipes.
A primeira alternativas para vencer as abas é utilizar a aba de favoritos do navegador. Mas logo ela estará lotada e você só vai trocar de problema. Até onde pesquisei, não existe um navegador nativo com uma boa solução para a gestão de favoritos. É aí que entra o Toby.
O aplicativo (na verdade uma extensão do Chrome) transforma o comportamento nativo do botão do navegador que, por padrão, abria uma nova aba. Com o Toby instalado, esse botão abre uma espécie de área de trabalho no navegador, onde estarão todos os seus favoritos. Em síntese é isso: o Toby transforma a barra de favoritos em uma área de trabalho de favoritos.
Como o Toby não é um novo navegador, sua experiência é mais familiar. Além disso, justamente por utilizar o mesmo navegador que você já está acostumado, estará sempre visível a barra de endereços - o que pode ser até uma desvantagem. Afinal, metade da magia dos aplicativos seguintes está precisamente em ocultar a barra de endereços, nos lembrando de que estamos, em boa parte do tempo, em verdadeiros aplicativos, e não meras páginas da internet.
Já utilizei mais o aplicativo, mas ainda tenho o atalhos das minhas contas bancárias cadastrado no Toby. Pode parecer superstição, mas prefiro manter sites sensíveis rodando nativamente no Chrome, utilizando o Toby como meu gestor de favoritos.
Franz: aplicativo dos aplicativos de mensagem ↑
Free bastante satisfatório. Versão paga disponível.
Enquanto a gestão de abas e favoritos é um problema genérico, pode existir uma causa específica para isso. Se a sua proliferação de abas decorre da gestão de aplicativos de mensagem, o Franz é a solução. Você terá todos os aplicativos de mensagem, incluindo email, em um só ambiente, o que talvez resolva sua situação.
Utilizo o Franz ao menos semanalmente ou quando preciso buscar por algum email em uma das minhas contas do Gmail. Utilizo também o Franz para consultar outras contas de email, contas do Slack que acompanho com menos frequência, bem como contas do Discord. Ou seja, o Franz é a minha solução para mensagens, principalmente as que não quero receber notificações imediatamente.
Station: um aplicativo para todos os outros ↑
Free para uso pessoal. No futuro, será pago para equipes.
Enquanto o Franz é voltado aos aplicativos de mensagem, o Station atende aos aplicativos mais populares de todo tipo. O Station está em pleno desenvolvimento e recentemente foi incluída a funcionalidade que permite a criação de aplicativos que ainda não estejam listados.
Utilizo sempre o Station todos os dias e estou muito satisfeito. Realmente é um aplicativo indispensável para mim. Não troco o Station por nada.
Manageyum: opção paga e mais simples ↑
Aplicativo pago com trial.
Manageyum é uma opção somente você tiver disponibilidade para pagar USD 47. Mas acho difícil esse convencimento, sendo que a versão free do Rambox faz praticamente a mesma coisa, com um pouco menos de elegância.
Merece destaque que, enquanto a concorrência se concentra em viabilizar múltiplos logins em diversos aplicativos simultâneos, o Manageuym permite também rodar múltiplas instâncias de um mesmo aplicativo. Esse parece ser realmente um diferencial.
O que me parece apenas é que, de todo modo, o preço é desproporcional diante do produto que e fornecido. Essa percepção é confirmada pelos comentários presentes na página do Product Hunt. A mesma página revela também que a versão atual do software já tem dois anos, enquanto os concorrentes estão se movendo bastante rápido, talvez por contarem com mais financiamento e equipe.
Pessoalmente, como paguei pelo software, terminei deixando instalado nele alguns aplicativos muito específicos, serviços nos quais administro múltiplas contas sem ter que informar novamente a senha a cada consulta. Mantenho também meu YouTube lá, pois curiosamente, ele não funciona bem nos demais aplicativos que utilizo. Mas certamente isso não justifica o investimento.
Rambox: opção paga e mais robusta ↑
Aplicativo pago com trial de 30 dias. Versão free disponível, mas limitada.
O Rambox é a opção mais madura que encontrei, pois tem quase tudo o que você pode sonhar para organizar seu desktop. Mas isso tem um preço: USD 4/mês. Ainda que exista uma versão free, ela nem chega a lembrar a versão paga. Se você não pretende pagar pelo aplicativo, nem adianta começar usar a versão free, pois é incompatível com a versão paga. Não há migração entre elas.
Ainda que seja o aplicativo mais completo da categoria, no meu modo de ver, ainda faltam algumas funcionalidades, por exemplo, reordená-las na barra vertical. Pelo que testei, uma vez que você cria um grupo, não tem como arrastar para alterar a ordem. Além disso, não encontrei uma opção para retirar um aplicativo do grupo, bem como fazer como que conste de dois grupos.
Percebi também que o Rambox é muito fiel, de forma exagerada até, à filosofia do funcionamento de um aplicativo isolado, falhando ao não permitir a abertura de qualquer link como uma nova aba. Acho que se trata de uma flexibilidade que um aplicativo pago (ainda mais como assinatura) precisa oferecer. Nesse quesito, o Station, que é gratuito, parece ter uma funcionalidade muito mais bem executada.
Terminei não utilizando o Rambox a ponto de ter uma opinião definitiva sobre ele, tendo realizado apenas testes.
Shift: desafiante do Rambox ↑
Aplicativo pago, o mais caro de todos. Versão freedisponível, mas limitada.
Ainda não tenho uma opinião definitiva sobre o Shift, mas me parece uma opção mais cara do Rambox. Outra impressão é que se posiciona como uma solução para gestão de várias contas de Gmail, embora seja bem mais do que isso. De todo modo, prioriza o desenvolvimento de funcionalidades para o Gmail, por exemplo, uma busca integrada de todas as suas caixas de email com um clique.
Se, para você, assinar um serviço desses por USD 99,99/ano, não é problema, tudo bem. Para mim, infelizmente, é um problema. Existe também uma opção mais em conta, por USD 29,99/ano, mas que não tem todas as funcionalidades. Na mesma linha da limitação de funcionalidades, a versão free não passa de uma demo, que não oferece nenhuma condição de testar o aplicativo.
Não recomendo esse aplicativo, apesar de reconhecer sua qualidade. Simplesmente acho que é mais caro do que deveria.
Firework: clone do seu launchpad ↑
Aplicativo pago. Versão free disponível bastante funcional.
Firework é um pequeno launchpad para seus aplicativos web, com uma versão free bastante satisfatória. Ao que pude perceber, as únicas funcionalidades ausentes são: renomear os aplicativos e permitir que abram em uma nova janela. Na versão free, o Firework limita os acessos simultâneos a dois aplicativos, mas não creio que isso seja problema. Assim como o Manageyum, no Firework é possível rodar simultaneamente mais de uma instância do mesmo aplicativo.
É uma solução que realmente emula o funcionamento de um launchpad dedicado, bastante funcional e intuitivo. Para efeito de comparação, enquanto o Manageyum é uma janela com abas (lembrando um navegador), o Firework é um desktop com aplicativos (exatamente construído como um launchpad). Como consequência, o Manageyum terá dificuldade em acomodar um grande volume de aplicativos, enquanto a abordagem do Firework é mais escalável. Então, ponto para o Firework.
Acho também que o Firework acerta ao ter um navegador minimalista, com a opção de ocultar a barra de navegação, o que me parece uma exclusividade sua. Trata-se de uma solução muito interessante e pouco conhecida. A versão paga está (teoricamente) disponível somente por um mecanismo de pagamento russo, ao preço de aproximadamente USD 15/ano.
Embora tenha tentado realizar a compra, não consegui completar a operação com nenhum dos meus cartões de crédito. O Firework é um aplicativo curioso: eu gosto dele, mas não uso muito, especialmente por ter experimentado problemas de compatibilidade com o Airtable e o YouTube.
Conclusão ↑
Com a proliferação das ótimas soluções ser aplicativos próprios, nossos desktops ficaram uma verdadeira bagunça. O navegador virou a área de trabalho do computador e os browsers mais populares não acompanharam essa evolução. Mas já existem ótimas soluções para esse problema e, a cada dia, surgem tantas outras.
Nesse cenário, você vai encontrar aplicativos ainda em fase de desenvolvimento inicial. Alguns reconhecem isso e não cobram por enquanto, outros cobram de toda forma. Seja esperto e fique com uma das soluções honestas que listei.
Vamos a elas: para favoritos, Toby; para mensagens, Franz; para aplicativos populares, Station. E, se você demanda a instalação de aplicativos menos utilizados, além de ser exigente a ponto de pagar, pode escolher entre Manageyum (navegador centrado em abas, USD 47), Rambox (navegador centrado em grupos de abas, USD 4/mês) e Firework (launchpad completo, USD 15/ano).
O problema da revisão ↑
Já faz um ano que publiquei a primeira versão deste post. Desde então, muita coisa mudou e resolvi fazer uma compilação das minhas constatações e atuais angústias.
Desde o início dessa jornada, minha meta foi ser mais produtivo na escrita, especialmente quando esse processo demandava uma rotina de colaboração no trabalho - tanto para mera revisão quanto para coautoria.
Nesse contexto, o primeiro objetivo foi evitar trocas de arquivos Word por email, o que é certamente um processo improdutivo. Ao final, na maioria das vezes, não consegui convencer meus parceiros de escrita a modificar essa dinâmica, o que é compreensível, pois Word e email são ferramentas que todos usam desde que nasceram.
Confirmei que, se é difícil mudar um hábito nosso, mudar um hábito alheio é praticamente impossível.
Por isso me contentei em transformar apenas o meu processo de escrita, o que acabou sendo bom para a minha produtividade pessoal. Prova disso é que estou publicando este post, o que poderia não ter ocorrido, se eu ainda escrevesse com as ferramentas de sempre.
O problema da sincronia ↑
Desde o início, pretendia também evitar os riscos de deixar arquivos compartilhados no Dropbox (alternativa natural ao email), pois sabemos que apenas a última versão do arquivo é salva. Ora, tudo pode acontecer em uma pasta compartilhada, inclusive tudo pode ser perdido de uma hora para a outra. Assim, a substituição do email pelo Dropbox não me pareceu uma solução desejável.
Procurando melhor, encontrei diversas formas de contornar esses problemas, sendo que ferramentas para isso podem organizadas nos seguintes grupos: editores para escrita, editores com marcas de revisão ou versionamento e editores com comentários. Mas a verdade é que qualquer solução, ao priorizar uma abordagem, sacrifica as outras.
O problema se converte, portanto, em saber qual a dimensão mais importante para você: a escrita em si, o registro da evolução da escrita ou as conversas colaterais ao texto. Qual é o verdadeiro gargalo da sua escrita? Se você respondeu que a última alternativa é a mais (ou pelo menos bastante) importante, esse texto poderá ser do seu interesse.
A abordagem mais negligenciada ↑
De uma forma geral, considero que a perspectiva mais negligenciada pelos editores é aquela orientada a comentários. Os comentários não pretendem se fundir com o texto, e sim fornecer uma nova camada de informação, quem sabe inaugurando uma nova discussão. Por isso é mesmo muito difícil encontrar um bom editor de texto que reserve suficiente atenção aos comentários e o seu modo de ser.
Um bom exemplo de plataforma que caminha nessa última direção é o Medium. A plataforma promove o comentário a praticamente um novo fragmento de texto, iniciando conversas infinitas (threads) de mesma hierarquia diante do texto originalmente publicado. Nem sempre foi assim e o Medium já teve outra abordagem, quando tinha uma espécie de comentário inline, exibido ao lado do texto. Hoje o Medium exibe os comentários empilhados ao final do texto.
Mas, antes de mais nada, o Medium é uma ferramenta de publicação, e não um editor de texto web propriamente dito. Não recomendo de nenhuma forma que o Medium seja utilizado como solução para sua produtividade na escrita, pois ele realmente não serve para isso. De todo modo, o Medium é uma boa fonte de inspiração para pensarmos como pode ocorrer o debate em torno e por meio de textos.
Voltando ao assunto, se você prefere comentários ao lado do texto, uma possibilidade - e minha antiga escolha - seria o Hypothesis. Sempre considerei o Hypothesis uma solução melhor que seus concorrentes comerciais, como Genius ou Diigo. Esse último aparenta ter um perfil mais fechado e voltado à educação, espectro em que se encontram também o Perusall e o Kami. A ambiciosa apresentação do Hypothesis o identifica como uma nova camada sobre a internet.
Na verdade, o problema que o Hypothesis pretende resolver é tornar a internet anotável. Para tanto, sua solução mantém íntegros os links da anotação, mesmo em um ambiente no qual o texto sob anotação venha a evoluir. Como disse, outros produtos tentaram resolver o mesmo problema. Nenhum deles, contudo, parece ser tão bom quanto o próprio Hypothesis nessa missão.
Além disso, o Hypothesis pode ser instalado dentro do seu próprio site ou blog, o que não é possível com outras ferramentas. Por fim, é open source e, naturalmente, tem vocação para integração com outros sistemas. Mas, embora seja um software inspirador, creio que o Hypothesis não seja uma boa solução para produtividade da sua escrita, nem da minha.
Nesse campo, mais recentemente, no meu modo de ver, o Coda vem evoluindo de forma imbatível. Realmente o Coda está em um nível totalmente diferente e, entre outras funcionalidades, tem uma ótima ferramenta de comentários:
Ou seja, a diferença inicial está em que, conceitualmente, o Hypothesis é uma ferramenta para comentar qualquer página na internet, enquanto o Coda é um aplicativo com uma ótima ferramenta de comentários. São missões completamente diferentes e, por isso, mais do que para solucionar seu problema de escrita, servem para delinear quais são as soluções existentes em face de problemas conexos ao tema da leitura e da escrita na era digital.
Reduzindo as barreiras para o revisor ↑
O poder da anotação reside em que - deve ser - mínima a barreira para que o revisor colabore com o seu texto. Com isso, é mais provável que você consiga contar com aquela pessoa que não estaria disponível para colaborar dentro de uma plataforma de coautoria, por exemplo.
Não podemos deixar de considerar que, no fim, o que importa é a qualidade do texto. Assim, é importante que as ferramentas estejam alinhadas a essa finalidade.
Nesse propósito, nem sempre precisamos de uma plataforma sofisticada com controle de versão (ou seja, o texto e suas alterações), que é algo que não está totalmente dominado pela maioria dos revisores. Em contraste, ferramentas de anotação estão quase sempre ao alcance de uma pessoa minimamente disponível e podem dar muito mais retorno ao avanço do seu texto.
Não podemos deixar de considerar o poder da anotação. As ferramentas de anotação são simples e, de fato, funcionam, principalmente por respeitar o tempo e o conforto do revisor. Afinal, não existe quem escreva bem. Existe quem se dedique a revisar o texto e a criar condições para que ele alcance novos patamares de qualidade, o que será bastante mais fácil por meio da colaboração com pessoas diferentes e mais experientes.
Conclusão: a ferramenta não é o mais importante ↑
Pessoas escrevem textos e essa não é uma tarefa simples. Por isso é importante que as ferramentas de redação e revisão tenham os autores (não os leitores) como destinatários, respeitando o seu modo de trabalhar.
Quase nunca as barreiras à escrita são visíveis, até serem descobertas. Nesse cenário, quanto mais confortável for o processo de escrita, mais produtivo o autor será. E isso se aplica, com muito mais ênfase, à tarefa do revisor.
Bem, se você tem a felicidade de contar com um bom revisor, recomendo que aproveite e trabalhe com um programa que seja do domínio dele. Esse fato é mais importante do que a escolha de qualquer ferramenta, principalmente se você tiver a chance de discutir seu texto pessoalmente.
O que esperava com este post, além de enaltecer o papel do revisor e das conversas colaterais ao texto, era apenas contextualizar algumas ferramentas voltadas à redação colaborativa.
Ainda que nenhum dos programas mencionados sejam a solução definitiva para o problema da escrita em colaboração, servem para ampliar seu rol de referências e auxiliar na escolha das ferramentas essenciais para o fluxo de trabalho que você vier a construir. Boa escrita!
Já tentei todo tipo de organização para ser um orientador produtivo e, assim, ter um bom grupo de pesquisa. Não é uma tarefa fácil, mas - como professor - é algo que você precisa encarar de frente. Do contrário, será demandado repetidamente, sempre prestando as mesmas informações, a cada semestre que passa, para diferentes orientandos.
A organização com base em ferramentas é essencial na preparação dos encontros de orientação. Se isso for feito, o orientador passa a ter agilidade ao prover as fontes para que o orientando possa ler antes desse encontro pessoal. E o orientando terá um encontro mais produtivo, que é justamente aquilo que todos desejam. Assim é possível avançar na pesquisa com mais agilidade.
Banco de projetos
Na minha opinião, para a fase inicial da pesquisa, é essencial manter um banco de projetos que possa ser facilmente atualizado e compartilhado com os orientandos. Embora eu já tenha tentado, no passado, automatizar essa parte do fluxo de trabalho com uma base de dados (incluindo um link de consulta e filtros abertos ao público), não me parece mais uma boa ideia.
Hoje minha opção é por gerir pessoalmente o banco de projetos e apenas enviar para cada novo orientando um bloco de 10 a 20 projetos conexos ao tema de seu interesse. Depois de ler 20 projetos bons, é muito provável que o orientando retorne, para um segundo encontro, com um projeto da mesma qualidade.
Esta é minha primeira conclusão: para que o estudante possa redigir um bom projeto, ele precisa ler vários outros.
Sem ler dezenas de projetos, o estudante não interioriza aquilo que precisa. Ele fica sem referência, pois seu próprio projeto é praticamente o único que ele lerá na vida. O esforço nessa parte realmente tem retorno, não importando se você orienta um trabalho de graduação ou revisa um projeto de tese. Então, se você é professor, minha sugestão é que mantenha esse banco a partir da seleçao de todos os projetos que venha a ler. Dá trabalho e toma tempo, mas o retorno é garantido.
Existem diversas opções para ajudar na manutenção desse banco. Você pode usar o Airtable para criar uma base de documentos e compartilhar o link com seu orientando. Se precisar de inspiração, veja este template. Embora o template seja de um catálogo de livros, basta adaptar para que se transforme em um catálogo de projetos. Se quiser alguma opção, veja o Zenkit, que é praticamente um clone do Airtable. Isso e tudo o que você precisa.
Biblioteca de referências
Chega a ser nostálgica a ideia de que alguém venha a desenvolver qualquer pesquisa apenas visitando a biblioteca para tirar cópia de livros de papel. Na verdade, todos nós iniciamos a pesquisa pela internet. Isso também nos leva a um problema comum, consistente no desafio de manter um acervo eletrônico de livros e artigos prontos para consulta e citação.
Se de um lado é certo que um estudante de graduação não precisa dessa sofisticação toda para terminar um trabalho de conclusão de curso, é muito provável que um pesquisador profissional tenha, qualquer que seja, a sua forma de organizar uma biblioteca digital.
Vamos avaliar alguns cenários. A pessoa tem uma pasta com cheia de arquivos em pdf no seu computador. Sem dúvida que funciona, apesar das limitações óbvias. Uma variação popular é a pasta compartilhada no Dropbox. Mas essas opções são apenas formas de armazenar arquivos. O que um pesquisador profissional - e que seja moderninho - demanda está além disso. Afinal, é preciso gerir as citações de forma integrada com seu editor de texto ou, ao menos, gerar a bibliografia com um clique.
Acho que existem opções bastante consistentes no mercado para esse tipo de tarefa. A mais popular (e que conta com um plano premium pago acessivel) é o Mendeley. No passado, acho que o EndNote já foi uma opção séria, mas é ainda mais caro. Eu prefiro a alternativa a open source, chamada Zotero. Para mim é a solução definitiva.
Esta é minha segunda conclusão: para que o orientações possa prover referências com agilidade, sua biblioteca de referências precisa estar organizada.
Conclusão
Para o orientador, vale investir na organização de uma base de projetos, pois isso poupa trabalho e aumenta a qualidade do projeto a ser elaborado pelo orientando. Uma vez que o projeto tenha sido elaborado, vale investir na organização de uma biblioteca de referências para auxiliar o aprimoramento do texto.
Em conjunto, essas ferramentas impedem que cada processo de orientação se converta na reinvenção da roda. E disso certamente não precisamos.
Já tentei todo tipo de organização para ser um orientador produtivo e, assim, ter um bom grupo de pesquisa. Não é uma tarefa fácil, mas - como professor - é algo que você precisa encarar de frente. Do contrário, será demandado repetidamente, sempre prestando as mesmas informações, a cada semestre que passa, para diferentes orientandos.
A organização com base em ferramentas é essencial na preparação dos encontros de orientação. Se isso for feito, o orientador passa a ter agilidade ao prover as fontes para que o orientando possa ler antes desse encontro pessoal. E o orientando terá um encontro mais produtivo, que é justamente aquilo que todos desejam. Assim é possível avançar na pesquisa com mais agilidade.
Banco de projetos
Na minha opinião, para a fase inicial da pesquisa, é essencial manter um banco de projetos que possa ser facilmente atualizado e compartilhado com os orientandos. Embora eu já tenha tentado, no passado, automatizar essa parte do fluxo de trabalho com uma base de dados (incluindo um link de consulta e filtros abertos ao público), não me parece mais uma boa ideia.
Hoje minha opção é por gerir pessoalmente o banco de projetos e apenas enviar para cada novo orientando um bloco de 10 a 20 projetos conexos ao tema de seu interesse. Depois de ler 20 projetos bons, é muito provável que o orientando retorne, para um segundo encontro, com um projeto da mesma qualidade.
Esta é minha primeira conclusão: para que o estudante possa redigir um bom projeto, ele precisa ler vários outros.
Sem ler dezenas de projetos, o estudante não interioriza aquilo que precisa. Ele fica sem referência, pois seu próprio projeto é praticamente o único que ele lerá na vida. O esforço nessa parte realmente tem retorno, não importando se você orienta um trabalho de graduação ou revisa um projeto de tese. Então, se você é professor, minha sugestão é que mantenha esse banco a partir da seleçao de todos os projetos que venha a ler. Dá trabalho e toma tempo, mas o retorno é garantido.
Existem diversas opções para ajudar na manutenção desse banco. Você pode usar o Airtable para criar uma base de documentos e compartilhar o link com seu orientando. Se precisar de inspiração, veja este template. Embora o template seja de um catálogo de livros, basta adaptar para que se transforme em um catálogo de projetos. Se quiser alguma opção, veja o Zenkit, que é praticamente um clone do Airtable. Isso e tudo o que você precisa.
Biblioteca de referências
Chega a ser nostálgica a ideia de que alguém venha a desenvolver qualquer pesquisa apenas visitando a biblioteca para tirar cópia de livros de papel. Na verdade, todos nós iniciamos a pesquisa pela internet. Isso também nos leva a um problema comum, consistente no desafio de manter um acervo eletrônico de livros e artigos prontos para consulta e citação.
Se de um lado é certo que um estudante de graduação não precisa dessa sofisticação toda para terminar um trabalho de conclusão de curso, é muito provável que um pesquisador profissional tenha, qualquer que seja, a sua forma de organizar uma biblioteca digital.
Vamos avaliar alguns cenários. A pessoa tem uma pasta com cheia de arquivos em pdf no seu computador. Sem dúvida que funciona, apesar das limitações óbvias. Uma variação popular é a pasta compartilhada no Dropbox. Mas essas opções são apenas formas de armazenar arquivos. O que um pesquisador profissional - e que seja moderninho - demanda está além disso. Afinal, é preciso gerir as citações de forma integrada com seu editor de texto ou, ao menos, gerar a bibliografia com um clique.
Acho que existem opções bastante consistentes no mercado para esse tipo de tarefa. A mais popular (e que conta com um plano premium pago acessivel) é o Mendeley. No passado, acho que o EndNote já foi uma opção séria, mas é ainda mais caro. Eu prefiro a alternativa a open source, chamada Zotero. Para mim é a solução definitiva.
Esta é minha segunda conclusão: para que o orientações possa prover referências com agilidade, sua biblioteca de referências precisa estar organizada.
Conclusão
Para o orientador, vale investir na organização de uma base de projetos, pois isso poupa trabalho e aumenta a qualidade do projeto a ser elaborado pelo orientando. Uma vez que o projeto tenha sido elaborado, vale investir na organização de uma biblioteca de referências para auxiliar o aprimoramento do texto.
Em conjunto, essas ferramentas impedem que cada processo de orientação se converta na reinvenção da roda. E disso certamente não precisamos.
"E aí, Henrique, o que está fazendo?"
"Ah... estou lendo a internet."
TL;DR: Nesse mundo dominado por plataformas, eu fico com uma (no caso, o [Feedly](https://feedly.com/)) que me deixa ter mais liberdade na hora de escolher aquilo que vou ler.
Se você tem idade para saber que a internet não era essa confusão de timelines que nos aprisionam em um comportamento viciante, vai lembrar também que um dia existiu a promessa de uma forma de leitura organizada. Mas isso faz muito tempo, foi antes da "plataformização" da internet.
A principal ferramenta utilizada naquela época era o Google Reader (aposentada em 2013). Em seguida, várias opções deixaram de existir e hoje encontrar uma forma de leitura confortável é cada vez mais raro. A "leitura social" passou a ser dominada por algoritmos e você não encontra mais os tesouros que o Facebook e o Twitter não querem que você veja.
Para quem não está familiarizado, RSS significa "Really Simple Syndication" e, do ponto de vista do usuário, sempre foi uma boa alternativa para seguir sites e blogs sem ter que assinar nenhuma newsletter (ou seja, entregar seu email). Quem tem idade vai lembrar também que seu email era um bem precioso, pois era a chave da atenção que hoje está dispersa em ferramentas de chat. E, naquela época, o lixo eletrônico dominava sua caixa de entrada. Bem, não tenho saudades dessa parte.
Mas tenho saudades do RSS. Alegoricamente, consumir as notícias por meio das redes sociais é como comer no "self-service". Ao menos é como chamamos, em Brasília, aquele restaurante que tem sempre beterraba cozida como primeira opção para você. O prato caro para o restaurante (e mais leve) fica sempre no final. Já a leitura em RSS é uma experiência "à la carte".
Photo by Ingrid Hofstra / Unsplash
Aí é que entra o Feedly, a ferramenta utilizada por 14 milhões de pessoas para a leitura de RSS. Na verdade, após o encerramento do Google Reader, esse mercado me pareceu estagnado por um tempo, até que recentemente o Feedly se colocou muito mais como uma ferramenta de busca de conteúdo para um consumo confortável - e não apenas um leitor.
Aliás, esse é o propósito do post: lembrar que o RSS está pronto para um retorno triunfal, pois passou a ter o melhor dos dois mundos. Tanto serve "à la carte", quanto pode recomendar um prato novo que não estava no cardápio. Assim você descobre novas fontes de leitura sem estar tão exposto às timelines patrocinadas.
Hoje sem dúvida o Feedly é a ferramenta o mais popular para RSS, mas existem alternativas interessantes que não vou desenvolver aqui. Para efeito de registro, além de inúmeros aplicativos, fazem também um bom trabalho: Inoreader, The Old Reader e FeedBase.
Ironicamente, agora que escrevi, vou lá no Twitter e no Linkedin compartilhar esse post. Quem sabe você também não compartilha nas suas redes... 😬
"E aí, Henrique, o que está fazendo?"
"Ah... estou lendo a internet."
TL;DR: Nesse mundo dominado por plataformas, eu fico com uma (no caso, o [Feedly](https://feedly.com/)) que me deixa ter mais liberdade na hora de escolher aquilo que vou ler.
Se você tem idade para saber que a internet não era essa confusão de timelines que nos aprisionam em um comportamento viciante, vai lembrar também que um dia existiu a promessa de uma forma de leitura organizada. Mas isso faz muito tempo, foi antes da "plataformização" da internet.
A principal ferramenta utilizada naquela época era o Google Reader (aposentada em 2013). Em seguida, várias opções deixaram de existir e hoje encontrar uma forma de leitura confortável é cada vez mais raro. A "leitura social" passou a ser dominada por algoritmos e você não encontra mais os tesouros que o Facebook e o Twitter não querem que você veja.
Para quem não está familiarizado, RSS significa "Really Simple Syndication" e, do ponto de vista do usuário, sempre foi uma boa alternativa para seguir sites e blogs sem ter que assinar nenhuma newsletter (ou seja, entregar seu email). Quem tem idade vai lembrar também que seu email era um bem precioso, pois era a chave da atenção que hoje está dispersa em ferramentas de chat. E, naquela época, o lixo eletrônico dominava sua caixa de entrada. Bem, não tenho saudades dessa parte.
Mas tenho saudades do RSS. Alegoricamente, consumir as notícias por meio das redes sociais é como comer no "self-service". Ao menos é como chamamos, em Brasília, aquele restaurante que tem sempre beterraba cozida como primeira opção para você. O prato caro para o restaurante (e mais leve) fica sempre no final. Já a leitura em RSS é uma experiência "à la carte".
Photo by Ingrid Hofstra / Unsplash
Aí é que entra o Feedly, a ferramenta utilizada por 14 milhões de pessoas para a leitura de RSS. Na verdade, após o encerramento do Google Reader, esse mercado me pareceu estagnado por um tempo, até que recentemente o Feedly se colocou muito mais como uma ferramenta de busca de conteúdo para um consumo confortável - e não apenas um leitor.
Aliás, esse é o propósito do post: lembrar que o RSS está pronto para um retorno triunfal, pois passou a ter o melhor dos dois mundos. Tanto serve "à la carte", quanto pode recomendar um prato novo que não estava no cardápio. Assim você descobre novas fontes de leitura sem estar tão exposto às timelines patrocinadas.
Hoje sem dúvida o Feedly é a ferramenta o mais popular para RSS, mas existem alternativas interessantes que não vou desenvolver aqui. Para efeito de registro, além de inúmeros aplicativos, fazem também um bom trabalho: Inoreader, The Old Reader e FeedBase.
Ironicamente, agora que escrevi, vou lá no Twitter e no Linkedin compartilhar esse post. Quem sabe você também não compartilha nas suas redes... 😬